O transporte público de Cascavel perdeu 3,2 milhões de passageiros nos últimos cinco anos. Dos 24 milhões de embarques registrados em 2012, ano com maior número de passageiros da história, o volume caiu para 20 milhões em 2017. Desde 2015, quando usar o transporte público ficou restrito ao uso do cartão do Vale Sim, os embarques de passageiros não passou mais dos 21 milhões.
Segundo o presidente da Cettrans (Companhia de Engenharia de Transporte e Trânsito), Alsir Pelissaro, a instabilidade econômica tem ocasionado essa queda. Contudo, eles têm trabalhado no que é possível para reconquistar os passageiros.
“Estamos implantando esse novo sistema, com mais qualidade, agilidade e funcionalidade. Esperamos aumentar o número de usuários. Vai ficar muito melhor para a população”, adianta Alsir. E, conforme ele, a média de passageiros consegue manter o sistema.
“As pessoas desempregadas também fazem parte dos que pararam de usar o transporte público. Então, se melhorar o cenário do emprego, automaticamente após contratado o colaborador recebe o vale-transporte e se reintegra ao sistema”, explica Pelissaro.
R$ 10 milhões em gratuidade
No período de janeiro a julho de 2018, houve 12,2 milhões de embarques em Cascavel, dos quais 8,4 milhões que desembolsaram a tarifa por completo, 2,7 milhões andaram de graça e 996,5 mil foram embarques de estudantes, que pagam meia tarifa. Só as gratuidades somam representam R$ 10 milhões quando considerada a tarifa vigente: R$ 3,65.
Contabilizando desde janeiro de 2009, primeiro mês após a implantação da Vale Sim, até julho deste ano, foram cerca de 212,8 milhões de utilizações do cartão nos ônibus urbanos e terminais da cidade.
10 anos com novidades
Em outubro, a Vale Sim completa dez anos de existência e este ano deve ser de novidades para os passageiros. Uma das primeiras promessas do sistema, o bilhete eletrônico temporal deve, enfim, ser implantado, possibilitando a troca de ônibus em qualquer ponto da cidade sem precisar passar pelos terminais, segundo informou o Município na apresentação do novo modal de transporte oriundo das obras do PDI (Plano de Desenvolvimento Integrado).
Isso, inclusive, é uma das determinações do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) e que ainda não foi implementada. Mas deve ocorrer em breve, pois com esse novo sistema, linhas como Leste/Sul e Sul/Oeste via Carlos Gomes não devem mais existir e no lugar um novo itinerário vai ligar o Terminal Sul ao corredor exclusivo da Avenida Brasil, no Centro de Cascavel.
“A partir dali o passageiro poderá se conectar com a cidade toda. O bilhete temporal vai possibilitar a troca de ônibus na estação”, promete a empresa Datapron, que realizou os estudos do novo modal de transporte de Cascavel.
Segundo Alsir Pelissaro, isso deve ser implantado antes mesmo do sistema, mas ainda não há data definitiva pois dependem de algumas reuniões. “Temos que discutir várias coisas, dentre elas o tempo que vamos dar para o passageiro trocar de ônibus com a mesma passagem. São detalhes técnicos, mas queremos isso funcionando um pouco antes da implantação do novo modal”, disse o presidente da Cettrans, Alsir Pelissaro.
Movimento do sistema de transporte coletivo de Cascavel
ANO EMBARQUES
2009 19.828.392
2010 22.279.132
2011 23.948.260
2012 24.085.754
2013 23.890.355
2014 23.718.204
2015 21.427.596
2016 20.618.457
2017 20.799.016
2018 (jan a jul) 12.202.736