Política

BRDE vai investir R$ 1 bi no Paraná

O BRDE deve investir R$ 1 bilhão no Paraná ainda em 2019

Presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.
Presidente do BRDE, Wilson Bley Lipski.

Curitiba – O diretor de Operações do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento Econômico), Wilson Bley Lipski, confirmou que o banco vai investir R$ 1 bilhão no Paraná ainda em 2019 em áreas prioritárias como agronegócio, inovação, energia, turismo, infraestrutura e mobilidade. “Serão R$ 850 milhões com a iniciativa privada e até R$ 300 milhões com municípios, a depender da demanda”, disse Lipski nesta entrevista exclusiva à ADI (Associação dos Diários do Interior).

Leia a seguir os principais trechos da entrevista.

ADI – O que foi determinado pelo governador Ratinho Junior como a nova política de ação do BRDE no Paraná?

Wilson Bley Lipski – Primeiro é importante falar sobre o reconhecimento, pelo governo do Estado, da relevância do papel desenvolvido pelo BRDE no financiamento de longo prazo para projetos produtivos da iniciativa privada e atuando de forma complementar também no financiamento a municípios. O governador pediu para que focássemos na redução do prazo de atendimento ao empreendedor, na disseminação do crédito e que participássemos mais ativamente das políticas de governo, notadamente no que diz respeito à desestatização.

ADI – O BRDE vai atuar como protagonista na estruturação técnica das PPPs (parcerias público-privadas) e programa de privatizações no Estado?

Lipski – O BRDE assinou termo de cooperação com a Secretaria de Planejamento do Estado com o objetivo de desenvolver ações conjuntas para estruturação de projetos de concessões e PPPs. A determinação do governo é para que o BRDE avance mais, passando a estruturar projetos do Estado e também de municípios. Já estamos criando programa específico com esse fim e atuando para que pelo menos dois projetos sejam encaminhados imediatamente para o Banco, de forma a delinearmos toda a estrutura da parceria a ser estabelecida com a iniciativa privada. Queremos focar em projetos que contribuam significativamente com a eficiência de Estado e também em projetos de turismo.

ADI – O BRDE também vai se voltar a apoiar o empreendedor – pequeno, médio e grande?

Lipski – O BRDE tem como vocação financiar o investimento produtivo realizado pelo empreendedor paranaense e de todo o Sul do Brasil. Nos últimos cinco anos, foram R$ 5 bilhões em financiamentos no Paraná, atingindo todos os portes empresariais. Somente em 2018 atingimos R$ 233 milhões em financiamentos para produtores rurais e R$ 159 milhões para micros, pequenas e médias empresas paranaenses.

ADI – Qual o montante liberado e quanto o banco pretende investir este ano em apoio às cooperativas paranaenses?

Lipski – As cooperativas agroindustriais são atores essenciais da economia paranaense, que geram renda e desenvolvem suas regiões. O BRDE é parceiro do cooperativismo desde a década de 1960. Neste ano-safra (julho/18 a junho/19), o BRDE contratou R$ 185 milhões em financiamento para investimento das cooperativas e mais de R$ 75 milhões para investimentos de seus cooperados, totalizando mais de 450 projetos apoiados. A nossa estimativa é encerrar este ano-safra com R$ 420 milhões contratados com o setor cooperativista paranaense, sem considerar o cooperativismo de crédito, outro relevante parceiro do BRDE. Para o próximo ano-safra, a nossa estimativa é apoiar o setor com um volume próximo ao deste ano, considerando a expectativa de que as condições que estão por ser divulgadas sejam similares ao que está se encerrando.

ADI – O BRDE também abriu linhas de créditos para financiar projetos de infraestrutura e obras nos municípios paranaenses?

Lipski – Nossa expectativa é financiar R$ 300 milhões somente em 2019 para municípios paranaenses. São recursos da Agência Francesa de Desenvolvimento e do Banco Europeu de Investimentos captados para financiar cidades inteligentes e sustentáveis, mobilidade e iluminação pública. Também estamos destacando parte de nossos recursos captados pelo BRDE no BNDES para financiar equipamentos. Esses recursos já estão disponíveis para captação e nossa expectativa é de que os municípios apresentem seus projetos durante este ano.

ADI – O BRDE anunciou que vai investir R$ 1 bilhão no Paraná em 2019. Quais áreas poderão receber esse dinheiro e qual impacto disso na economia?

Lipski – O orçamento que o BRDE destacou para o Paraná em 2019 está disponível para todos os tipos de investimento, para todos os setores econômicos e para todos os portes. Trabalhamos para atender as necessidades de crédito tanto da microempresa local quanto da grande empresa exportadora. Da mesma forma apoiamos desde o pequeno produtor rural até a agroindústria. Além disso, a nossa equipe busca levar os recursos a todas as regiões do estado.

Ao desembolsar esses recursos, o BRDE estimula inicialmente o nível de investimento e a produtividade e, na sequência, a geração de emprego, o crescimento da renda e o consumo, pois os recursos circulam por todos os elos da economia. Esse fomento à atividade econômica é fundamental para a retomada do crescimento e o início de um novo ciclo de expansão econômica.

ADI – Em 2018, as contratações nos três estados do Sul – Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul – chegaram a R$ 2,25 bilhões. Qual o montante definido para 2019?

O BRDE tem a expectativa para este ano de R$ 2,51 bilhões em novos contratos, distribuídos igualitariamente entre os três estados. As áreas prioritárias são agronegócio, inovação, energia, turismo, infraestrutura e mobilidade e projetos com componentes de sustentabilidade, que se enquadram no programa BRDE Produção e Consumo Sustentáveis. Entretanto, vale ressaltar que todos os segmentos produtivos continuarão sendo atendidos com grande volume de crédito.

Quem é

Wilson Bley Lipski já atuou como secretário estadual do Desenvolvimento Urbano do Paraná, superintendente do Paraná Cidade e conselheiro da Agência de Fomento do Estado do Paraná (Fomento Paraná). Hoje é diretor de Operações do BRDE (Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul). Wilson é formado em Direito pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e pós-graduado em Direito Contemporâneo pelo Instituto Brasileiro de Estudos Jurídicos (Ibej).

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“A determinação é para que o BRDE avance ainda mais, passando a estruturar projetos do Estado e também de municípios”