Cotidiano

Corte da Itaipu ameaça obra do EcoPark Oeste

A obra terá 90% pagos com recursos repassados pela geradora de energia elétrica e apenas 10% provenientes da prefeitura

Frentes de trabalho tiveram que ser reduzidas; prefeitura pagará serviços executados até o momento- Foto: Aílton Santos
Frentes de trabalho tiveram que ser reduzidas; prefeitura pagará serviços executados até o momento- Foto: Aílton Santos

Um corte orçamentário da Itaipu Binacional afeta diretamente as obras do EcoPark Oeste, no Bairro Santa Cruz, em Cascavel. A obra foi licitada no valor de 13.285.014,80 – 90% pagos com recursos repassados pela geradora de energia elétrica e apenas 10% provenientes da prefeitura, o que possibilitou o Município empregar parte do empréstimo do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) em outras obras, como a pavimentação vias paralelas à Tancredo Neves e a BR-277 – as licitações foram abertas essa semana.

Mesmo diante da decisão de cortes de obras consideradas “sem aderência à Itaipu”, a prefeitura pretende fazer de tudo para evitar a paralisação das obras. Porém, teve de reduzir o ritmo de trabalho.

O prefeito Leonaldo Paranhos (PSC) esteve reunido com a diretoria da Itaipu semana passada, quando foi informado sobre a situação.

Os pagamentos para a empresa estavam previstos para serem realizados nos próximos dias. “Em razão da troca de diretoria da Itaipu, todos os convênios estão sendo avaliados em diversos municípios. Em reunião com a empresa e também com a Itaipu na semana passada, houve consenso sobre a necessidade da diminuição no fluxo de trabalho, até que as planilhas sejam avaliadas, para que não haja mais prejuízos com a falta de pagamentos para a empresa”, afirma Paranhos.

Ritmo lento

A obra vinha em ritmo acelerado. Ontem, já não havia mais máquinas no local. O serviço começou em dezembro e não parou sequer no recesso entre Natal e Ano-Novo. Desde a semana passada houve redução das equipes.

Para evitar a paralisação de vez das obras, a administração municipal utilizará verbas em caixa (equivalentes aos 10% do convênio) para pagar à empresa pelo serviço executado.

Diante da decisão, terá de buscar acordo com a Itaipu para garantir as verbas. Como se trata de uma obra prevista no PDI (Programa de Desenvolvimento Integrado) a prefeitura terá que executar a obra a todo custo se quiser evitar multas do BID.

Como a situação financeira do Município não é das melhores, terá de reavaliar obras incluídas com as “sobras” do BID.

Em nota encaminhada pela Secretaria de Comunicação, a prefeitura informa que “a situação deve ser regularizada nos próximos dias e os trabalhos serão retomados em sua capacidade normal”.

Com a redução das frentes de trabalho, os motoristas terão de conviver por mais tempo com a interdição parcial da Avenida Brasil, desde janeiro, e com o fluxo interrompido na Rua Públio Pimentel.

R$ 42 milhões rescindidos

O que os prefeitos de toda a região mais temiam aconteceu: pouco menos de dois meses no cargo, o diretor-geral brasileiro de Itaipu, general Joaquim Silva e Luna, cortou drasticamente os gastos em convênios considerados “sem aderência à missão de Itaipu”. A rescisão soma mais de R$ 42 milhões.

A medida é analisada como uma benfeitoria da atual administração em reavaliar os repasses da Itaipu nas cidades do oeste do Paraná.

Silva e Luna determinou a reavaliação de diversos convênios. Os que foram considerados fora dos rigorosos padrões estabelecidos pela nova diretoria foram cancelados. Entre os cortes está o EcoPark Oeste, em Cascavel, e que a prefeitura buscará sensibilizar o general sobre a importância da obra.

Reportagem: Josimar Bagatoli