Cotidiano

Autoescolas realizam protesto contra simuladores de direção

O aparelho pode encarecer em até 30% as CNHs da categoria B

Cascavel – Uma manifestação de grandes proporções promete parar o trânsito nos arredores da Câmara Municipal de Cascavel, nesta terça-feira (15), a partir das 14h30. Cerca de 150 autoescolas de Cascavel e região vão desmarcar as aulas desta terça-feira para uma ação contra a obrigatoriedade dos simuladores de direção. O aparelho pode encarecer em até 30% as CNHs (Carteiras Nacionais de habilitação) na categoria B.

O equipamento, que custa de R$ 40 mil a 50 mil, é uma espécie de videogame que terá que ser usado, por lei, em cinco aulas das 25 que os candidatos à CNH para automóveis precisam fazer. A resolução começa a valer a partir de janeiro de 2016.

Contudo, a eficiência e os custos do simulador são questionados ferrenhamente pela Ascefocon (Associação dos Centros de Condutores do Estado do Paraná), que está unindo forças com autoescolas de todo o País para revogar a resolução 543/2015, que torna obrigatório o uso do equipamento. Além do valor da máquina, os centros terão que arcar mensalmente com o software, que poderá chegar até R$ 5 mil por estabelecimento.

“A ideia é revogar a resolução definitivamente. Hoje, teremos uma espécie de moção pública. Os vereadores estão mostrando o seu apoio à causa. Também buscamos o apoio da população e dos deputados da bancada paranaense. A ação de hoje vai mobilizar os funcionários e a sociedade em geral contra os simuladores. Inclusive, vamos levar os carros dos centros para pressionar e mostrar nossa força”, enfatiza a presidente da associação, Olga Catarina Zanoni.

Encarecimento

Um dos pontos levantados pela presidente da associação, Olga Catarina Zanoni, é que o simulador apenas encarece a carteira, mas que não significa um aprendizado efetivo ao aluno.

“Estão dizendo que o simulador vai melhor o aprendizado e vai reduzir os acidentes. Isso não é verdade. Onde será que o aluno aprende mais: em um automóvel na via pública com instrutor, ou atrás de uma mesa numa sala fechada em um videogame? Para os instrutores, o consenso é que serão cinco aulas jogadas fora, aulas que os candidatos poderiam estar aprendendo realmente na rua e não desperdiçando dinheiro com videogame”, pontua.

O coro é endossado pelo vice-presidente da entidade, Claudeir Santos.

“Sou instrutor prático há 17 anos e digo, sem dúvidas, não resolve nada essas aulas no videogame. Coloque a pessoa no computador e depois no volante no dia a dia, não tem nada a ver. Infelizmente, o aluno vai pagar mais para aprender menos. Essa é a realidade”, frisa.

(Com informações de Crislaine Güetter)