Cotidiano

Imóveis: São Cristóvão, Cachambi, Méier e Centro têm maior valorização

59967982_MB Rio de Janeiro RJ 19-07-2016 - Predios novos em torno da Quinta da Boa Vista. Foto.jpg Edu RIO – Responda rápido: quais são os quatro bairros do Rio que tiveram a maior valorização no preço de venda de imóveis residenciais no último semestre? Se você começou a lista pela Zona Sul ou Zona Oeste, errou. Segundo um levantamento do Sindicato da Habitação do Rio (Secovi-Rio), os valores com as maiores variações foram de imóveis em São Cristóvão, Cachambi, Centro e Méier. Apenas na quinta posição aparece a Lagoa, acompanhada por Leblon, Ipanema e Barra da Tijuca.

? É uma região que já registrava um preço mais baixo e, neste momento de recessão que atravessamos, o foco dos compradores está mais ligado ao custo. Então, essa área acaba sendo mais procurada, refletindo na valorização ? explica o vice-presidente do Secovi-Rio, Leonardo Schneider.

Enquanto, na média geral, os imóveis do Rio se desvalorizaram, em São Cristóvão houve alta de 7,62% (com o preço do metro quadrado passando de R$ 5.843 para R$ 6.288). No Cachambi, o aumento foi de 4,82%, seguido por Centro, com 3,66%, e Méier, com 3,30%. Na Lagoa, essa elevação foi de 2,9%. Enquanto isso, houve bairros que registraram quedas, como o Jardim Botânico (cujo preço médio do metro quadrado caiu 1,73%) e Madureira (-2,10%).

Segundo Schneider, além do fator custo, as áreas que lideram a lista também têm em comum uma série de melhorias em infraestrutura acumuladas ao longo dos últimos anos.

? Cachambi e Méier são referência na Zona Norte, por serem bem servidos de comércio, escolas e transporte. E São Cristóvão, por sua vez, é uma área que já passou por um resgate há alguns anos e está muito próxima do Centro e da Tijuca ? destaca Schneider. ? Já o Centro sofreu grandes transformações, pegando carona no Porto Maravilha.

Fora isso, segundo ele, há um grupo considerável de pessoas que busca morar cada vez mais perto do local de trabalho, aumentando a demanda por imóveis nessas regiões.

? Esta valorização é muito positiva, porque deixa a cidade mais homogênea, com uma ocupação equilibrada ? observa Schneider.

OFERTA E DEMANDA

Ao analisar o quadro, o professor de MBA em Gestão de Negócios Imobiliários e Construção Civil da Fundação Getulio Vargas, Paulo Pôrto, lembra que a Zona Norte nunca apresentou, e dificilmente vai apresentar, preços tão altos quanto a Barra e a Zona Sul. E isso justifica a valorização.

? Por consequência da maior liquidez desta área, os incorporadores concentraram os lançamentos na mesma região, e aproveitaram para majorar sua lucratividade, refreando a demanda da mesma, ao aumentar os preços. Este fator se estende não apenas aos lançamentos imobiliários, mas também aos imóveis avulsos, disponíveis no mercado, cujos proprietários são pessoas físicas ? resume ele.

Segundo o CEO do Grupo Julio Bogoricin, Felipe Bogoricin, dentre os fatores que impulsionaram a ?redescoberta? de bairros como São Cristóvão estão os grandes lançamentos imobiliários feitos na região.

? Por todos os lados, temos novos empreendimentos e, com certeza, continuaremos a ter. Não são poucos os condomínios modernos por lá, com excelente área de lazer e serviços, sem falar nos imóveis do bairro que oferecem visão para a Quinta da Boa vista ? descreve o CEO.

A Avanço Realizações Imobiliárias tem investido nos detalhes. Esse cuidado, segundo o diretor da empresa, Sanderson Fernandes, garante bons resultados na hora das vendas.

? No ano passado, lançamos o Now no Cachambi, com recursos tecnológicos agregados. A varanda tem previsão para deck com TV, além de som integrado com a sala. As caixas, aliás, podem ser acionadas por celular. Já as portas tem fechadura biométrica ? conta Fernandes, sobre o edifício que também tinha arquitetura arrojada, com varandas em tamanhos diferentes. ? Agregamos esses diferenciais de uma maneira que coubesse no bolso do público potencial dessa região. Vendemos cerca de 80% das unidades no mês de lançamento.

Os apartamentos de dois quartos tinham cerca de 60m² e saiam por R$ 400 mil. Já os três quartos têm cerca de 70m² e custavam de R$ 490 mil a R$ 520 mil.

O diretor executivo da Gafisa, Luiz Carlos Siciliano, destaca a região do Centro e da Lapa, que têm atraído a atenção de casais jovens, trabalhadores que moram fora da cidade e até estrangeiros. Segundo ele, a área ficou muito tempo sem lançamentos atualizados.

DE JOVENS A ESTRANGEIROS

? Lançamos o Mood Lapa, com apartamentos estúdio e suítes duplas, capazes de agradar a esse público. O empreendimento inclui lavanderia, serviço de limpeza e até bicicletas de uso compartilhado ? enumera Siciliano.

Os preços das unidades giram em torno de R$ 500 mil. Segundo o diretor, 60% dos apartamentos já foram vendidos, sendo 10% para estrangeiros.