Cotidiano

Presidente do Equador destitui chefe do Exército

BUENOS AIRES ? O presidente do Equador, Rafael Correa, destituiu na última segunda-feira o chefe do Exército de seu país, Luis Castro, um dos generais que em 20 de fevereiro passado, em meio à forte pressão para que o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) divulgasse o resultado das eleições presidenciais realizadas no dia anterior, assinou um comunicado pedindo que a democracia fosse respeitada.

Na mesma época, Castro também enviara um comunicado ao tenente general César Merizalde, chefe do chamado Comaco (máxima instituição entre os soldados), pedindo que fosse convocado o Comando Conjunto para analisar a situação e a possibilidade de realizar um pronunciamento oficial sobre a responsabilidade das Forças Armadas durante o processo eleitoral.

O comando do Exército foi assumido pelo general Édison Nárváez, considerado por analistas locais um militar mais alinhado com a autoproclamada revolução cidadã de Correa e seu partido, Aliança País. Naváez também é visto como um militar próximo da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB), da Venezuela. Após a saída de Castro, outros quatro generais abandonaram as Forças Armadas equatorianas.

Depois de ser destituído, o general Castro acusou o ministro da Defesa, Ricardo Patiño, de ter antecipado os resultados eleitores através das redes sociais, antes da confirmação oficial por parte do CNE. O general, segundo informações publicadas pela imprensa local, reuniu-se com Correa após a eleição e queixou-se por algumas irregularidades, entre elas as limitações impostas aos militares para controlar o processo.

? Se houve ou não fraude, caberá ao CNE determinar ? declarou castro ontem, depois de ser destituído por Correa.

O segundo turno eleitoral será realizado no próximo dia 2 de abril, e de acordo com algumas pesquisas realizadas recentemente, o candidato da oposição, Guillermo Lasso, está em primeiro lugar, levemente acima do governista Lenín Moreno.