A iminente saída de Fred não foi tão inesperada. Há sete dias, antes de a delegação embarcar para Santa Catarina, onde o Fluminense enfrentaria a Chapecoense, dirigentes já se debruçavam sobre a proposta do Atlético-MG. Fred deixa o Fluminense e vai para o Atlético-MG
Fred é o maior ídolo do clube em 25 anos, e os dirigentes levaram um fim de semana para concluir que a saída do atacante deixaria um rombo técnico e no coração da torcida, mas cobriria o Fluminense financeiramente, livrando o clube de pagar ao capitão mais de R$ 30 milhões até 2018.
A delicada situação financeira do Fluminense foi agravada por recentes compromissos fechados, sem que o clube contasse com o investimento de um patrocinador master. Alguns jogadores receberam aumentos, apesar do cenário de incerteza econômica.
Além disso, vários jogadores têm aumentos progressivos programados ao longo da temporada. E a maioria recebeu a promessa de premiações no valor de três salários por metas alcançadas, como o título da Primeira Liga. Mais jogadores devem sair para abrir espaço na folha e para os reforços pretendidos por Levir Culpi, desde que não sejam caros. Osvaldo e Edson estariam na fila.
O Fluminense poderia manter Fred, que não terá um aumento substancial no Atlético-MG, mas conta com a garantia de receber em dia e com a facilidade de concentrar sua família na cidade natal. Só que as contas passaram do limite nas Laranjeiras. Os repasses para o vice-presidente de projetos especiais, Pedro Antônio, correm risco. Cheques pré-datados (aproximadamente R$ 1,2 milhão), entregues para cobrir adiantamentos na construção do centro de treinamento, ainda não teriam sido depositados por falta do valor correspondente na conta tricolor.
Com a volta de Robert, reprovado nos testes no Barcelona B, o Fluminense terá que pagar R$ 10 milhões aos catalães. O valor é pelo direito de compra do Barcelona referente a Gerson, que acabou indo para o Roma. A ideia era abater a quantia com uma possível venda de Robert a curto prazo.
O valor da venda de Gerson (R$ 60 milhões) teria sido antecipado por uma instituição financeira italiana, com juros. O Fluminense, segundo fontes, gastou parte do dinheiro com pagamentos à vista de dívidas de rescisões. Nas Laranjeiras, o que corre é que, na transação, o tricolor virou fiador do Roma e terá que cobrir o valor, caso o clube italiano não pague o banco. A assessoria do clube informou que a diretoria não comenta negociação de jogadores.