A menos de dois meses do início da disputa por medalhas nos Jogos de 2016 no Rio, o Centro Olímpico de Tênis, na Barra, terá que passar por mudanças de última hora. A pedido da Federação Internacional da modalidade (ITF), serão modificadas as cores das 16 quadras construídas no Parque Olímpico. Em vez das atuais variações de verde (mais claro na área interna de jogo e mais escuro na parte externa), o piso das arenas será repintado em novos tons. O Comitê Organizador dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos do Rio confirma a alteração, que nos bastidores, no entanto, não foi recebida de bom grado pelo prefeito Eduardo Paes, devido aos custos. Ausências no tênis
Comum em torneios como o ATP de Miami, a cor verde tinha sido aprovada pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela ITF. Mas, após o evento-teste realizado em dezembro, a federação solicitou formalmente a mudança. De acordo com Rodrigo Garcia, diretor de Esporte da Rio-2016, o trabalho levará cerca de um mês e, para dar tempo de deixar tudo pronto para as partidas, começa nas próximas semanas. A proposta, diz ele, é que o piso continue verde, só que, invertendo o padrão atual, com um tom mais escuro na parte interna e mais claro do lado de fora.
– Já fechamos os dois novos tons. Só precisamos de um aval da federação – afirma ele, explicando o motivo da mudança:
– O contraste com a cor da bola de jogo não era tão bom. Além disso, as cores se confundiam com o verde que utilizamos na comunicação visual dos Jogos, como na própria marca da Olimpíada de 2016. No evento-teste, já tínhamos um retorno, principalmente, dos atletas quanto a esse problema.
Sem citar os valores que contrariaram Paes, Rodrigo reconhece que a nova pintura gera um adicional de custo às obras. Mas diz que, no computo final do orçamento para o Centro Olímpico, não há impactos. Segundo ele, já aconteceria um reforço na pintura das quadras, para apagar a marca do evento-teste de dezembro e pintar os aros olímpicos, por exemplo. Mas não era esperada a necessidade de modificar os tons do piso.
Além disso, os verdes atuais atrapalhariam as transmissão de TV.
A Confederação Brasileira de Tênis (CBT) aprovou a mudança. Segundo o diretor executivo da entidade, Rafael Westrupp, a nova pintura não interfere em nada na velocidade. Ele afirma que, tecnicamente, as arenas da Olimpíada do Rio foram elogiadas por atletas e árbitros. O maior inconveniente, afirma, seria quanto à visualização na TV.
– Houve uma reclamação do público na TV. A luminosidade do sol atrapalhava que os telespectadores enxergassem algumas jogadas – defende.
Número 3 do Brasil e 53º do mundo nas duplas, o mineiro André Sá aprova a mudança:
– É uma boa notícia. No evento-teste tivemos problemas para enxergar a bola. Escurecendo a quadra e o fundo acredito que vai melhorar.
O duplista gaúcho Marcelo Demoliner, radicado no Rio, também participou do evento-teste e aprova as mudanças:
– O que tinha influenciado pra mim não era a cor da quadra na época e sim a tela de fundo que era clara . Essa cor mais escura no fundo acredito que vá resolver e ficar legal – disse o atleta da Tennis Route, no Recreio dos Bandeirantes.
* Colaborou Gustavo Loio