BRASÍLIA – Centrais sindicais voltaram nesta segunda-feira ao Planalto para negociar a reforma da Previdência. Somente a partir de agora o governo deve apresentar uma proposta. Nesta semana completa-se o prazo de 30 dias estipulado pela Casa Civil para montar uma proposta de reforma dentro de uma comissão, formada por sindicalistas, ministros e a Casa Civil.
Somos contra qualquer transição. O governo fala em expectativa de direito, mas é direito disse Paulinho da Força (SD-SP) antes da reunião, ao chegar ao Planalto.
Na última terça-feira, as centrais enviaram uma carta ao ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, informando que não aceitam “qualquer” proposta previdenciária, e propondo nove medidas para elevar a arrecadação.
Entre elas estão regulamentação dos jogos de azar e a destinação das receitas para o sistema, a criação de um novo Refis (programa de parcelamento de dívidas) para recuperar R$ 236 bilhões de dívidas ativas com a Previdência, o fim da desoneração sobre a folha de salários das empresas, a revisão das isenções para entidades filantrópicas e a recriação do Ministério da Previdência.
Na última sexta, o presidente interino Michel Temer chamou cerca de cem sindicalistas para almoçar no Palácio do Jaburu. Os líderes das centrais, nas entrevistas, davam prioridade às formas de reduzir o rombo da Previdência a curto prazo e recusavam-se a falar em recuo da idade mínima, por exemplo.