Cotidiano

Bárbara Heliodora, a chapeleira que herdou o talento da avó

59042861_El A chapeleira Bárbara Heliodora.jpgRIO – Neta de chapeleira, chapeleira é. Bárbara Heliodora é neta de Maria Catharina
Goulart Gonzaga, uma das primeiras mulheres de Brasília a produzir chapéus e
outros adornos para a cabeça. Mas não foi criando peças assim que Bárbara
começou a sua vida profissional. Antes de se dedicar a este ofício tão
artesanal, ela se formou em Administração de Empresas e fez pós-graduação em
Marketing.

? Trabalhei oito anos no mercado corporativo, mas decidi
parar e mudar de rumo. Cresci com a minha avó me usando como modelo dos seus
chapéus. Ela fez muitas peças para mulheres de políticos e embaixadores.
Algumas, hoje, são minhas clientes.

59049982_El Chapeu de Bárbara Heliodora.jpgDepois de um ano sabático e de estudar na Central Saint
Martins, em Londres, ela começou a produzir chapéus, grinaldas e casquetes (ou
fascinators). Suas peças são usadas em casamentos, bailes de gala e em eventos
como o Grande Prêmio Brasil de Turfe, que acontece amanhã no Jockey Clube.

Em julho, Bárbara vai lançar, na multimarcas Dona Coisa, uma expansão da sua
marca, a BarbaraH. Mais casual, a linha terá chapéus de design lúdico e
divertido. A primeira coleção é formada por seis modelos que unem geometria e
rabiscos em chapéus do tipo Panamá e de feltro. A coleção terá edição limitada e
também poderá ser encontrada no site www.barbarah.com.br ou no charmoso ateliê
da designer, na Praia de Botafogo, com hora marcada.

? Durante a minha trajetória, recebi muitos pedidos para criar peças que
combinassem com o guarda-roupa do dia a dia. No Brasil, o uso do chapéu ainda é
restrito à praia. A minha ideia é descomplicar o uso do acessório. É levar o
chapéu para o dia de lazer com a família, para um passeio no parque ou para uma
festa noturna e um show de rock. É um convite: use e ouse sem medo ? propõe a
designer.

Homônima da crítica de teatro Bárbara Heliodora, que morreu em abril do ano
passado, Bárbara perdeu a conta de quantas vezes teve que responder se haviam
nascido na mesma família.

? Sou apenas mais uma homônima, mas sempre admirei a
exigência e a dedicação ao teatro de Bárbara Heliodora. Só temos em comum esse
nome marcante. No meu caso, a intenção foi homenagear uma outra Bárbara, que foi
poetisa e inconfidente mineira.