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Sarah chama o favoritismo: 'Gosto da pressão, me dou bem com isso'

sarah menezes_cbj_divulga.jpgSarah Menezes está a pouco mais de dois meses da chance de se tornar a mais vitoriosa atleta na história olímpica do Brasil. Medalha de ouro em Londres-2012 na categoria ligeiro do judô, ela vai lutar no Rio pelo bicampeonato olímpico, algo que até hoje nenhum brasileiro, homem ou mulher, conseguiu em esportes individuais. Ainda assim, a piauiense de 26 anos parece estar calma. Suas palavras parecem expressar até certa soberba, mas o tom é mais de tranquilidade e confiança do que qualquer arrogância.

Sarah não nega o favoritismo. Pelo contrário, diz gostar dele. Junto do time feminino do judô brasileiro, ela embarca no próximo dia 10 de junho para um período de treinos na França, seguido de outro na Espanha e um terceiro na Bahia. Em 24 de julho, os judocas brasileiros se concentram definitivamente em Mangaratiba para a disputa dos Jogos. No esporte que mais deu medalhas ao país, e atuando em casa, a expectativa sobre alguém que já é campeã olímpica é a maior possível.

Sarah Menezes não se abala:

– Gosto da pressão, para mim é positivo. Tenho certeza de que vou conseguir lutar bem, isso não vai me abalar – disse Sarah nesta quinta-feira, durante a apresentação da seleção olímpica de judô, no Rio. – Elas (as rivais na categoria ligeiro) me olham como a adversária a ser batida. Mas me dou bem com isso. Sou calma, gosto de treinar e sou inteligente na luta – completa, com suavidade apesar das palavras de autoexaltação.

Depois do ouro em Londres-2012, seu atual ciclo olímpico não foi o melhor possível. Ela foi bronze no Mundial de 2013, disputado no Rio, e depois teve dois anos de resultados bem discretos. Na atual temporada, começou retomou a boa fase, como atesta a medalha de prata no World Masters de Guadalajara, encerrado na semana passada. JUDÔ EM JUNHO

Ela diz que chegará aos Jogos do Rio tão bem preparada como há quatro anos, porém com mais experiência.

– O que mudou de quatro anos para cá foi que amadureci mais. Acho que fisicamente e tecnicamente, continuo no meu nível. O amadurecimento no judô acho que reflete, no tatame, na sua capacidade de confiar mais na própria pegada, estar confiante, ter um reflexo maior – completa a judoca, que vai para sua terceira olímpiada.

Enquanto seis das sete judocas da seleção brasileira (a exceção é Mayra Aguira, que ficará no Brasil) embarcarão para os treinos na França e na Espanha, o time masculino fará seus treinamentos em Pindamonhangaba, no interior de São Paulo. Embora a confederação evite traçar uma meta de medalhas para evitar aumentar a pressão, a expectativa é melhorar, em qualidade ou quantidade, o resultado de Londres. Lá, o Brasil ganhou um ouro (Sarah Menezes) e três bronzes (Mayra Aguiar, Rafael Silva e Felipe Kitadai).

Agora, a seleção conta com cinco chances reais de medalha no feminino: além da favorita Sarah e de Mayra (meio-pesado), há Érika Miranda (meio-leve), Rafaela Silva (leve) e Maria Suelen (pesado). No maculino, Rafael Silva, o Baby (pesado) e Rafael Buzacarini (meio-pesado) são as principais apostas.

– O bom de termos um time tão forte é que a pressão se divide. Somos uma equipe experiente, acostumados a essa pressão. O que podemos prometer aos brasileiros é que estaremos bem preparados e faremos todo o possível – disse Mayra Aguiar.