Cotidiano

Juíza cria núcleo de mediação para convencer alunos de escolas ocupadas

RIO – A juíza Gloria Heloiza Lima da Silva, titular da 2ª Vara da Infância, da Juventude e do Idoso da Capital, disse que vai formar núcleos de mediação para visitar as dez escolas onde os estudantes do movimento “Ocupa” ainda impedem o retorno das aulas. A magistrada, que evitou falar sobre a possibilidade de acionar a polícia, se reuniu na tarde desta sexta-feira com representantes da Policia Militar, Secretaria de Segurança Pública, Conselho Tutelar, Ministério Público estadual, Defensoria Pública e a Secretaria estadual de Educação para fazer uma avaliação. Na quarta-feira, a juíza determinou que os alunos que ocupavam 57 escolas permitisse que funcionários, estudantes e professores entrassem na escola.

— Pelos relatos que eu ouvi nesta reunião, houve avanços e a técnica de mediação funcionou. Das 57 escolas, o impasse continua apenas em dez. O núcleo de mediação vai visitar as escolas. Os alunos precisam entender que o direito deles de protestar está resguardado — disse a juíza.

A magistrada não quis falar sobre o uso da força:

— Não acredito que essa medida não tenha sucesso. Vamos utilizar todos os canais necessários para fazer com que a decisão seja cumprida.

Na quinta-feira, Glória Heloiza Lima da Silva disse que, se fosse necessário, a polícia seria acionada para obrigar que os alunos permitissem o retorno às aulas. Disse ainda que qualquer resistência seria combatida à altura.

Além de escolas, integrante do movimento “Ocupa” ocupam a sede da Secretária estadual de Educação, no Santo Cristo, desde o início da semana. Desde então, eles impedem o acesso de funcionários. Policiais do 5º BPM (Praça da Harmonia) fazem a segurança no local.

Duas centrais regionais de educação (Méier e Campos), segundo a secretaria, foram desocupadas ontem após negociação.

Dois dias após determinação judicial para reinício das aulas nas escolas estaduais, a rotina do Colégio Estadual Amaro Cavalcanti, no Largo do Machado, não voltou à normalidade. Ontem, pela manhã, nenhum aluno que não participa do movimento de ocupação havia comparecido no local. As chaves do portão da escola permanecem sob o poder dos alunos, que determinam quem entra ou sai do prédio.