BRASÍLIA – O ex-senador Luiz Otávio Campos (PMDB-PA), ligado à família Barbalho, assumirá a Secretaria Especial de Portos. Ele é, hoje, secretário-executivo do Ministério da Integração Nacional, pasta comandada por Helder Barbalho, e aguardava ter seu nome aprovado pelo Senado para a Direção Geral da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq).
Para assumir o posto na diretoria da Antaq, Luiz Otávio teria que ser sabatinado pela Comissão de Infraestrutura do Senado e depois precisaria de maioria no plenário da Casa. No entanto, ele tem um histórico de votos desfavorável no Congresso.
Em 2006, foi indicado pelo então presidente Lula para ser ministro do Tribunal de Contas da União, mas seu nome foi rejeitado pelos deputados, depois do Senado ter aprovado a indicação. Além do histórico, pesou na mudança de estratégia a decisão do PMDB do Senado, que prefere Luiz Otávio no comando da Secretaria de Portos. Assim, Luiz Otávio ainda poderá indicar um nome para a Antaq. Sua indicação deverá ser retirada e substituída por outro nome ligado a ele e ao senador Jader Barbalho.
A Secretaria de Portos perdeu o status de ministério na gestão Temer, mas para contentar o PMDB do Senado, ela será um órgão “independente” dentro do Ministério dos Transportes. Ou seja, o ministro Maurício Quintella Lessa (Transportes), não terá a secretaria sob seu comando, apesar de ser abrigada pelo seu guarda-chuva.
Antes de assumir na Integração Nacional, Luiz Otávio foi secretário-executivo de Helder Barbalho na Secretaria de Portos. O ex-senador é considerado uma espécie de “tutor” de Helder, já que seu pai, Jader Barbalho, tem se ausentado com frequência de Brasília para tratamento de saúde.
Luiz Otávio tem trânsito nas cúpulas do PMDB do Senado e do partido. Seu nome ainda está sob análise da Abin (Agência Brasileira da Inteligência), mas deverá ser oficializado porque ele já está atuando na Secretaria-Executiva do Ministério da Integração.
Ex-senador do PMDB, Luiz Otávio foi acusado de envolvimento em um esquema fraudulento de desvio de 13 milhões de dólares do Banco do Brasil e do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) para a construção de balsas, durante o governo Fernando Collor de Mello.
Ele foi investigado e condenando em 2012, mas recorreu e o caso prescreveu, sendo arquivado.