SÃO PAULO. O marqueteiro do PT, João Santana, recebeu da Odebrecht pelo menos US$ 13,2 milhões na conta secreta que mantinha na Suíça entre julho de 2011 e março de 2013. Os novos depósitos foram identificados nos extratos da conta Shellbill e foram citados como novas provas contra o ex-ministro Palocci pelo juiz Sérgio Moro, ao decretar a prisão preventiva.
Os depósitos foram feitos pelas offshores Innovation Research e Klienfeld Services, controladas pelo Grupo Odebrecht. A Lava-Jato já havia identificado depósitos de US$ 7,5 milhões na conta de Santana e da mulher dele, Mônica Moura – dos quais US$ 3 milhões haviam sido feitos pela Odebrech, em 2012 e 2013, e o restante pelo operador Zwi Skornick, do estaleiro Keppel Fels.
Agora, novos documentos revelaram depósitos de pelo menos USD 11,7 milhões entre julho de 2011 e julho de 2012, também provenientes da empreiteira. Segundo o juiz Sérgio Moro, os novos achados corroboram os registros de pagamentos aos publicitários que estavam registrados na planilha “Posição Programa Especial Italiano” sob o codinome “Feira”.
Embora Palocci afirme que não é o “Italiano” citado pela Odebrecht, mensagens trocadas pelo empresário Marcelo Odebrecht com um de seus executivos na época, Alexandrino Alencar, são identificadas como provas pelo juiz:
Alencar:
Vc marcou alguma coisa com o Italiano na 2ª?
Se não, vou ligar para Brani hoje para tentar marcar.”
Marcelo Odebrecht respondeu para Alexandrino Alencar e a sua secretária, Darci Luz:
“Darci: ver novo tel Brani.
Marquei com ele a princípio que o deputado passaria la no escritório entre 11:30 e 12 horas amanha (2ª).”
Brani é, segundo as investigações, Branislav Kontic, assessor de Palocci que também teve prisão preventiva decretada por Moro.
O juiz afirma que, além do valor pago ao marqueteiro do PT, foram colhidas provas de pagamentos de R$ 30,2 milhões, em dinheiro, apenas durante o ano de 2010 a “Italiano”