Cotidiano

A PÉROLA DA FRONTEIRA

Sabe qual a origem da expressão “puxa-saco”? Vem de época antiga e da parte de militares. Toda vez que um oficial era escalado para viajar ou quando mudava de domicilio, seus objetos pessoais, roupas etc. que ficavam no quartel eram colocados num saco e seu ajudante de ordem era o encarregado de “puxar aquele saco” até a viatura da viagem. “Era o puxa-saco”. Depois, com o tempo, a expressão foi sendo aplicada em outras circunstâncias, como a que levava alguém a sempre elogiar, ou defender, ou promover outro alguém e, convenhamos, quando essas manifestações são sustentadas “por merecimento”, não causam nenhum desabono, ao contrário, merecem até ser imitadas. Eu destaco esse detalhe pelo fato de me considerar uma espécie de “puxa-saco” de Foz do Iguaçu. A própria cidade em si – a que eu também chamo de Pérola da Fronteira – seu povo acolhedor, estimulam esse estado de espírito. E lhes digo que esse apego vem desde os tempos “sem Itaipu” quando sua brava gente lutava, brigava, esgrimava em busca de seu futuro, de seu progresso, com as toneladas de dificuldades que tentavam esbarrar a luta extenuante e de pouca arrecadação. E olha que ainda hoje Foz do Iguaçu, o primeiro polo de turismo do sul do País, terceiro do Brasil, ainda se vê obrigada a sempre se manter lutando, pois levou muito mais de dez anos insistindo para provar que sua população, o próprio turismo, além da demografia que faz aquele pedaço do Brasil se virar para coordenar diariamente uma circulação – de turistas, principalmente – elevando à vida a quase um milhão de pessoas, que é o que a cidade, seu movimento turístico, e seu “enorme entorno” abrigam, levou anos, portanto, para que o governo central se convencesse que a segunda ponte não seria “instrumento de facilidade de contrabando” como tentavam pregar e, sim, uma das mais imperiosas necessidades, tanto para ordenação e disciplina do próprio status urbano como do resto da geografia que a cerca. Mas esse, está provado, é o espírito de Foz do Iguaçu, a tutora da sétima maravilha do mundo moderno, as invejáveis Cataratas embriagadoras, a cidade que não se entregou até a chegada da redentora Itaipu… A que continuou lutando pela segunda ponte que agora está aí e que estará na luta para que o Parque Iguaçu deixe seu isolamento e conquiste planos para que sua natureza receba e conviva com pessoas e não as proíbam de desfrutar desta mesma natureza! Vamos nessa?  Está aí a segunda ponte, repito, portanto, vamos nos unir para que não atrasem mais essa conquista ? Vamos passar a pensar no Parque Nacional e o necessário acesso de turistas para incursões, como acontecem em outros parques do mundo, deixando elementos perniciosos roncarem à vontade na costumeira posição contra o progresso, alegando agressão à natureza, o que é uma falsidade? E a propósito: Foz do Iguaçu recebeu autorização para ser criada num mês de março e se instalou num dez de junho e, o principal, comemora seu aniversário na data em que foi instalada e deu posse a seu primeiro prefeito, um exemplo para o distorcido mundo político de Cascavel que insiste em tapear sua população, trocando suas datas corretas. Parabéns, portanto, Foz do Iguaçu, pela conclusão da segunda Ponte e, se continuarem a me chamar de puxa-saco, respondo que sou mesmo e com muita honra.   

 MESA DE BAR

– Em qualquer roda é fácil reconhecer quem é comunista. É o que está falando mal de todos os que não são comunistas.

– Garçom… Mais uma gelada, por favor!