Cascavel - Com mais de 9,5 mil multas apenas no mês de julho flagrado pelos 52 radares eletrônicos espalhados por todos os cantos da cidade, a Transitar estuda novas mudanças para a mobilidade urbana da cidade, entre elas, a proibição de ultrapassagem dentro do perímetro urbano e a instalação de uma sinalização mais luminosa, que venha a chamar a atenção dos motoristas que andam bem desatentos no trânsito.
A informação foi repassada pela educadora de trânsito da Transitar e presidente do Cotrans (Comitê Intersetorial de Prevenção e Controle de Acidente de Trânsito no Município de Cascavel), Luciane de Moura. Segundo ela, a ideia é ampliar as vias que tenham estreitamento de faixa também, assim como funcionou na Avenida das Pombas na Região Norte da cidade.
“Acreditamos que as mudanças, assim como esta nova sinalização educativa, venham a somar com o nosso trabalho”, disse Moura. Os estudos estão sendo realizados pelos setores de educação, engenharia e fiscalização da Transitar que analisam os dados, sinistros e as suas causas. Exemplo disso foi a instalação de semáforos na Rua Alexandre de Gusmão, após análise dos profissionais.
“Nosso trabalho é sempre melhorar a mobilidade e reduzir os acidentes”, disse ela. Há poucos dias mais um radar começou a funcionar na Indira Gandhi, Região Oeste da cidade. Ele havia sido retirado devido às obras na via, mas com o término o radar que já operava na via, mas havia sido remanejado temporariamente durante os serviços e voltou a operar com velocidade máxima de até 40 km/h.
Além disso, novos semáforos foram instalados e devem iniciar a operação nesta semana, assim que terminar a instalação, primeiro em alerta e depois de forma total. O primeiro deles fica no cruzamento da Avenida das Pombas com a Rua Expresso Norte, no Bairro Floresta. Também serão instalados mais dois semáforos – ambos na região central – nos cruzamentos da Rua Vitória com a Rua Souza Naves e na Rua Cuiabá com a Rua Souza Naves e as mudanças foram baseadas em estudos técnicos.
Velocidade
Segundo dados da Transitar, somente no mês de julho foram flagrados 6.016 multas aplicadas por excesso de velocidade, outras 1.550 foram por avanço de sinal vermelho. Além disso, 995 motoristas foram flagrados transitando na via exclusiva do transporte público e 942 convertendo à esquerda irregularmente. No mês todo, foram contabilizadas 9.557 multas que somadas ao primeiro semestre do ano totalizam 64.347 infrações de trânsito pelos olheiros das vias da cidade.
Para Moura a velocidade é a principal causa de morte dentro do perímetro urbano e que devido a isso, que fica comprovado com os dados dos radares, o setor de fiscalização vem intensificando as ações e as sinalizações.
“A velocidade elevada preocupa e muito porque não é apenas próxima aos radares e lombadas, mas sim em toda a via. Outro fator é quanto ao avanço do final vermelho principalmente nos cruzamentos com semáforos que tem um grande número de sinistros”, salientou.
A educadora adiantou que está trabalhando nos dados do mês de julho, mas que já é possível identificar um aumento no número de acidentes.
“Conseguimos reduzir o número de óbitos no primeiro semestre do ano, mas em resumo estamos com um cenário muito ruim já que temos aumento no número de acidentes, desatenção e ainda as multas que refletem o comportamento dos motoristas”, descreveu.
Acidentes x óbitos
No primeiro semestre deste ano a cidade registrou um aumento de 3% na quantidade de acidentes em comparação ao mesmo período do ano passado. Ao todo, foram 2.738 acidentes de trânsito neste ano contra 2.659 ocorrências do ano passado. Apesar disso, o número de vítimas com ferimentos caiu de 593 para 587 e o número de mortes teve redução expressiva, passando de 14 óbitos em 2024 para oito em 2025.
A educadora lembrou que eles trabalham com as metas do Pnatrans (Plano Nacional de Redução de Mortes e Lesões no Trânsito), que prevê a redução de 50% das mortes até 2028 e segundo a análise dos óbitos, os principais fatores de risco continuam sendo: excesso de velocidade que é a principal causa; falta de atenção, como avanços de preferencial ou de semáforo; e ingestão de álcool.
“Cada vida salva é resultado de um trabalho conjunto entre órgãos de trânsito, poder público e sociedade. Isso mostra que é possível reduzir as mortes, mesmo que não seja possível eliminar totalmente os sinistros. Continuaremos com o trabalho para chegar a zero mortes no trânsito. Essa é a nossa meta”, finalizou.