RIO – Os resultados do Índice de Progresso Social do Rio de Janeiro (IPS Rio) foram divulgados nesta segunda-feira. O estudo, desenvolvido durante oito meses pelo Instituto de Pesquisa Pereira Passos, faz mapeamento social inédito que analisa as região administrativa (RAs) da cidade. Para calcular o IPS RIO, foram utilizados 36 indicadores de fontes públicas confiáveis, a maioria com publicação anual ou bianual. Foram avaliados itens como acesso à água canalizada, população vivendo em favelas não-urbanizadas, homicídios e roubos de rua (em ?Necessidades Básicas?); dados de abandono escolar, quantidade de áreas não urbanizadas e acesso à internet (em ?Fundamentos do Bem Estar?) e indicadores como homicídios por ação policial, violência contra a mulher, vulnerabilidade familiar e acesso a nível superior por negros e indígenas (no âmbito de ?Oportunidades?).
Segundo os resultados, os componentes de menor pontuação para o conjunto das Regiões Administrativas foram Acesso à Educação Superior (32.36) e Sustentabilidade dos Ecossistemas (49.58), em função, respectivamente, dos baixos índices de conclusão do ensino superior, especialmente entre os não-brancos, e dos baixos índices de coleta seletiva de lixo.
A maior contribuição do estudo, no entanto, é a explicitação de desigualdades intramunicipais e sua inter-relação com qualidade de vida e a renda per capita. Embora algumas RAs tenham renda per capita muito semelhante, como Maré (R$ 659) e Rocinha (R$ 657), seu nível de desenvolvimento pode variar consideravelmente. Neste caso, por exemplo, a Maré fica cinco posições acima da Rocinha, com um IPS de 52,29 contra 44,53, pois tem uma pontuação melhor avaliada em diversos indicadores. Este tipo de análise poderá ser feito com facilidade e maior nível de detalhe por meio da plataforma online que será usada para disponibilização dos dados do IPS RIO.
O diretor executivo do Social Progress Imperative, completa Michael Green, disse que uma das principais mensagens do relatório é que há desigualdade no Rio de Janeiro: ?Enquanto duas regiões administrativas (Lagoa e Botafogo) têm uma pontuação de progresso social muito alta, superior a 85, seis regiões administrativas apresentam índices de progresso social muito baixos, inferiores a 45 (Guaratiba, Zona Portuária, Rocinha, Jacarezinho, Complexo do Alemão e Pavuna). Para ilustrar o que essa desigualdade significa na rotina dos cariocas: apenas 1% dos habitantes da região do Jacarezinho têm curso superior completo frente ao 58% da população de Lagoa?.
O diagnóstico, realizado com apoio da Fundação Roberto Marinho, Fundación Avina e Social Progress Imperative, tem o objetivo de ser uma ferramenta de referência do desenvolvimento humano da cidade do Rio de Janeiro, que possui quase 6,5 milhões de habitantes em suas 32 regiões administrativas. O estudo auxiliará na coordenação e priorização de temas para iniciativas sociais desenvolvidas pelo governo municipal, empresas, fundações, institutos e ONGs.