
O texto, escrito por Peter Bradshaw, deu quatro estrelas (de um total de cinco) para “Aquarius”. “É um rico e detalhado estudo de personagem, envolvendo o espectador na vida e mente de sua imperiosa protagonista, Clara, interpretada com domínio por Sônia Braga”, diz o texto.
Bradshaw afirma que o filme é, de certa forma, uma metáfora do Brasil, abordando temas como nepotismo, corrupção e cinismo. No entanto, aponta como uma “falha” um recurso narrativo situado no fim do longa, envolvendo o surgimento de um “certo documento legal”, que ele classifica como “deus ex machina” ? termo normalmente usado para se referir a uma resolução inverossímil a um conflito dramático.
SÔNIA BRAGA ‘INCOMPARÁVEL’
A revista “Variety”, uma das mais importantes da área, também foi só elogios à atriz principal, a quem chamou de “incomparável”. O autor, Jay Weissberg, definiu “Aquarius como um filme “mais sutil, mas não menos maduro” do que “O som ao redor” (2012).
“Se o filme pertencer tanto a (Sônia) Braga quanto a (Kleber Mendonça) Filho, é porque o diretor deu a ela (e ao espectador) um presente numa bandeja de prata”, diz a “Variety”. “Uma atriz incrivelmente intuitiva, ela é maravilhosamente envelhecida numa sensual fisicalidade aristocrática, fazendo com que a firmeza de Clara se misture com ternura. A câmera raramente a deixa, e nós, enquanto espectadores, valorizamos cada segundo em sua presença.”
O jornalista Tim Robey, do “Telegraph”, já fala em Oscar. “Aquarius: tão emocionante, aprofunda-se de forma tão inteligente, termina de maneira tão brilhante, e possui um momento exato em que você enxerga Sônia Braga sendo indicada ao Oscar”, escreveu ele no Twitter.