
A acusação feita pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, foi aceita pelo plenário do STF por unanimidade. Por isso, é pouco provável que a corte reveja a decisão, depois de tão pouco tempo. Não há previsão de quando o plenário vai julgar o recurso.
Na peça, a defesa afirma que a Procuradoria Geral da República não especificou o momento da suposta prática de corrupção passiva, que consiste em pedido de vantagem indevida. A denúncia diz que isso teria ocorrido entre 14 de junho de 2006 e outubro de 2012.
?Ficou muito claro que a narrativa foi elaborada deliberadamente de modo confuso ? na medida em que não especificou com a necessária precisão quando, onde e de que modo teriam se realizado as supostas ações típicas ? visando encobrir a manifesta falta de elementos probatórios pertinentes a cada espécie de delito. Tal defeito, não considerado durante o julgamento, provocou a presença de flagrante contradição no acórdão?, argumentou a defesa.
Depois do julgamento de março, Cunha tornou-se o primeiro réu com foro especial em ação penal nas investigações da Lava-Jato. Cunha é suspeito de ter cometido os crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro no esquema de desvios de dinheiro da Petrobras. Segundo as investigações, o parlamentar afastado recebeu propina de lobistas de pelo menos US$ 5 milhões. Em troca, ele teria viabilizado o contrato de navios-sonda pela Petrobras.