BRASÍLIA – Os partidos da velha oposição reagiram de maneira diversa em relação à indicação do deputado André Moura (PSC-SE) para liderança do governo Michel Temer na Câmara. Enquanto o DEM critica o modo do anúncio e a influência de Cunha na escolha, o PSDB prefere destacar que há pontos negativos e positivos na indicação.
O líder do PSDB, Antonio Imbassahy (BA), manteve a postura de que não se pode interferir na escolha porque é uma escolha pessoal do presidente da República. O tucano disse que foi comunicado da escolha na manhã de hoje. O líder do PSDB reconhece que a relação de proximidade de Moura com Eduardo Cunha pode sugerir algum aspecto negativo, mas que por outro lado, amplia as possibilidades de sucesso nas votações.
? A realidade se impõe e pelo desempenho de Moura durante o impeachment, ele deverá ter bom desempenho nas votações. Essa é uma decisão pessoal do presidente Temer e ele, homem com larga experiência, teve ter pensado bem ? disse Imbassahy.
O líder do DEM na Câmara, Pauderney Avelino (AM), reagiu com estranheza à informação de que André Moura foi confirmado como novo líder do governo Temer na Câmara. Segundo Avelino, ele não tinha recebido comunicado por ninguém do governo.
? Acho estranho. Quem tem que anunciar é ele ( Temer). Cabe a ele escolher o nome que terá que ser o líder dos deputados. Agora, não é bom se for escolhido dessa forma enviesada, sem consulta para saber se o deputado terá condições e bom trânsito ? disse o líder do DEM, acrescentando:
? Se isso se confirmar ( a escolha de Moura), entendo que cedeu à pressão do presidente afastado Eduardo Cunha (PMDB-EJ).
O DEM trabalhava pela indicação de Rodrigo Maia (DEM-RJ), o nome que estava com mais apoio dentro do governo antes da pressão do Centrão e de Cunha para que o indicado fosse André Moura.