Cotidiano

Paraná quer ampliar leitos de retaguarda para desafogar hospitais

O objetivo da medida é complementar a rede de urgência e emergência, otimizando o uso da estrutura existente para o atendimento no SUS

Curitiba – O Governo do Paraná está incentivando a criação e manutenção de novos leitos de retaguarda clínica em hospitais de Curitiba e Região Metropolitana. O leito de retaguarda é destinado a pacientes que saem da UTI e oferece cuidados intermediários.

O objetivo da medida é complementar a rede de urgência e emergência, otimizando o uso da estrutura existente para o atendimento no SUS (Sistema Único de Saúde). Com mais leitos de retaguarda será possível desafogar os hospitais de referência e reduzir a lotação dos prontos socorros.

“A ideia é permitir que pacientes que ocuparam leitos de UTI, mas que não precisam mais de assistência especializada ou cirurgias complementares, sejam transferidos e atendidos em serviços de menor complexidade”, disse o coordenador da Rede Paraná Urgência, Vinícius Filipak.

A necessidade de ampliar o número de leitos de retaguarda na RMC foi tema de um workshop promovido pela Secretaria Estadual da Saúde, nesta terça-feira (24), em Campo Largo. A intenção foi sensibilizar gestores municipais e de hospitais sobre a importância de incorporar este tipo de estrutura em suas unidades.

Coordenadores do Samu, do Siate e de UPA (Unidades de Pronto Atendimento) também participaram do evento. “Estamos preparando todas as equipes envolvidas no atendimento de urgência e emergência para atuar neste novo modelo. Será uma mudança que potencializará a resolutividade dos hospitais de referência”, complementa Filipak.

ROTATIVIDADE

Atualmente, cerca de 15% dos pacientes internados no Hospital do Trabalhador, em Curitiba, por exemplo, já poderiam ser atendidos em unidades de menor complexidade. São casos de pessoas que já superaram a fase aguda do problema de saúde e que necessitam apenas de cuidados clínicos.

Segundo o superintendente de Unidades Hospitalares Próprias, Charles London, a desocupação desses leitos abriria espaço para que o hospital absorvesse a demanda de casos mais graves. “Com o suporte de leitos de retaguarda, a rotatividade será maior e mais pessoas poderão ser atendidas”, ressalta.

INCENTIVO

No evento, foram apresentadas ainda as possibilidades de financiamento e contratualização deste tipo de leito junto à rede pública de saúde.

A remuneração paga pelo SUS é diferenciada e pode contribuir para o equilíbrio das contas dos hospitais. Esta modalidade de incentivo extra depende da habilitação pelo Ministério da Saúde.