Brasil - O advogado Celso Villardi, que atua na defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) no processo em que ele é acusado de “tramar e tentar” golpe de Estado no Brasil, esteve reunido ontem (24) com o presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), Luís Roberto Barroso, e comunicou que vai apresentar uma petição solicitando o impedimento dos ministros Flávio Dino e Cristiano Zanin.
Dino e Zanin foram indicados pelo presidente Lula (PT) para integrar o STF em 2024. A principal argumentação da defesa é o fato que os dois ministros moveram ações na Justiça contra Bolsonaro: Dino como parte, e Zanin como advogado. Ex-ministro de Lula, Dino apresentou queixa-crime contra Bolsonaro em 2021, ainda quando era governador do Maranhão. Na época, o então presidente tinha dado uma entrevista à rádio Jovem Pan afirmando que Dino não queria ceder a Polícia Militar para “fazer uma segurança mais aberta minha” em uma visita que faria ao Estado.
Cristiano Zanin assinou pelo menos quatro representações contra Bolsonaro no TSE (Tribunal Superior Eleitoral) em 2022, quando ele disputava a Presidência da República contra Lula: uma por fake news e três pedindo direito de resposta. Na época, Zanin representava a Coligação Brasil da Esperança, que reunia os partidos que apoiavam a candidatura de Lula.
Mauro Cid
Celso Vilardi também confirmou que vai pedir a anulação da delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid. Ao deixar a reunião dom Barroso, o advogado disse que “fez várias petições ao ministro”, mas não quis adiantar o teor. Vilardi também disse que a divulgação de novos áudios da PF (Polícia Federal) sobre a investigação que baseou o inquérito do golpe “não complicam” a situação de Bolsonaro. “Não tive acesso a todas as mídias. Isso precisa ser analisado dentro de um contexto, e não frases separadas”, completou.