POLÍTICA

“Novo Legislativo” indica que Renato terá mesma tranquilidade de Paranhos

Foto: Paulo Eduardo/Arquivo/O Paraná
Foto: Paulo Eduardo/Arquivo/O Paraná

Cascavel - A nova legislatura da Câmara de Cascavel começou sob a batuta do Republicanos, partido que vem colhendo os frutos da mudança de lado de seu mais ilustre ex-membro, Renato Silva (PL).

A legenda, presidida em Cascavel pela primeira-dama Odina Silva, garantiu o comando absoluto da Casa, com Tiago Almeida na presidência, Carlos Xavier na liderança do Governo e João Diego na presidência da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais estratégica do Legislativo. Além disso, outras comissões importantes, como Finanças e Orçamento e Educação, também ficaram sob o controle do Republicanos.

Já o partido do prefeito Renato Silva, o PL, parece ter ficado a ver navios. Enquanto o Republicanos desfila pelo Legislativo como um rolo compressor, o PL emplacou apenas a segunda vice-presidência, com Fão do Bolsonaro, e o comando de algumas comissões de menor peso político, como a de Acessibilidade e Direitos das Pessoas com Deficiência e a de Liberdade Religiosa, reduzindo a sigla do prefeito à um papel quase que decorativo.

A situação de desamparo do PL não é apenas um detalhe irrelevante. O próprio ex-presidente da Câmara, Alécio Espínola, também filiado ao partido do prefeito, ficou de fora da distribuição das comissões e voltou a disparar publicamente contra Renato, renovando o desconforto que parecia superado.

E a oposição?

Até o momento, o prefeito Renato Silva pode “respirar aliviado”, já que aquela oposição combativa e declarada parece difícil de ser estabelecida. A vereadora Bia Alcântara (PT), que poderia assumir esse papel, teve um encontro amistoso com o chefe da Casa Civil de Cascavel, Severino Folador, o que sugere que, ao menos por ora, as críticas mais contundentes ficarão no bolso. Outros vereadores, como Dr. Lauri e Alécio Espínola, ainda não deram sinais claros de que engrossarão as fileiras da oposição, mas a ausência de visitas ao Paço Municipal pode indicar certo distanciamento estratégico.

Com esse cenário, Renato Silva parece seguir o mesmo caminho de seu antecessor, Leonaldo Paranhos ainda com mais facilidade, já que governou com um Legislativo dócil e pouco combativo. A diferença é que, enquanto Paranhos tinha uma base sólida na Câmara, Renato ainda precisa consolidar esta liderança.