BRASÍLIA – O ministro da Agricultura, Blairo Maggi, disse nesta segunda-feira que os técnicos do governo recolheram 174 amostras de carnes e derivados produzidos pelos 21 frigoríficos envolvidos na Operação Carne Fraca e que, nos 12 laudos prontos, nenhum apresentou perigo ao consumo humano.
? Estamos correndo para dizer à população que não… e se houver nós vamos dizer também, mas que não há até este momento, em tudo que recolhemos, qualquer tipo de anormalidade que possa fazer mal à saúde humana no consumo desses produtos ? disse Maggi.
O governo federal vai intervir no sistema de fiscalização de Paraná e Goiás, dois estados mais envolvidos na Operação Carne Fraca da Polícia Federal, que investigou fraudes entre os agentes públicos que fragilizaram a inspeção de carnes.
? Vamos indicar o interventor, para que uma pessoa isenta, de fora, possa fazer a varredura lá dentro ? disse Maggi em entrevista coletiva nesta segunda-feira.
Também hoje o ministério reuniu os superintendentes regionais para debater melhorias no sistema de fiscalização. Segundo o ministro, das 27 superintendências, 17 são ocupadas por indicados políticos. E aqueles que são servidores de carreira, reconheceu Maggi, também se articularam politicamente para ascender a seus postos.
? Se isso é um defeito do ministério, é um defeito da política brasileira ? comentou o ministro.
Segundo ele, na reunião com os superintendentes, o ministro defendeu que eles não atendam a pleitos políticos onde forem questionados sobre aspectos de suas decisões técnicas.
? Olha, vocês chegaram por indicação política, porém, a responsabilidade de vocês é para com o Ministério e não tem que ficar fazendo favor político para cá e para lá ? disse Maggi, referindo-se à conversa com os superintendentes.
Entre as falhas que levaram o governo a interditar seis frigoríficos entre os 21 suspeitos até esta segunda-feira estão a inclusão de água em frango e a de amido em farinhas de carne além dos limites permitidos. Foi encontrada também ração com carne vencida. Segundo o ministério, essas distorções são de ordem econômica e não de saúde pública.
Em uma entrevista coletiva com presença da mídia chinesa, Maggi disse que continua intervindo politicamente junto a mercados externos para evitar maiores prejuízos à venda de carnes pelo Brasil ao exterior. Segundo ele, é preciso às instituições nacionais recuperar a confiança perdida. Ele comentou a queda da venda de carnes, segundo resultado da balança comercial anunciada hoje.
? Espero, sinceramente, que ali na frente vamos encontrar um número invertido, algum dia em que vamos exportar mais do que normalmente.