O delegado da Polícia Civil de Cascavel, Pedro Fontana Ribeiro, ouviu ontem, terça-feira (24), a presidente da Transitar, Simoni Soares e o engenheiro de trânsito, Juliano Denardin, para que eles pudessem esclarecer o teor da reunião que tiveram há alguns dias com a mãe do pequeno Fernando Lorenzo Souza Gehlen, Mônica Morais de Souza. As oitivas atenderam a um pedido formal do Ministério Público que foi procurado pela mãe do menino.
Ao promotor de justiça, Tiago Trevizoli Justo, a mãe afirmou que durante a reunião ambos afirmaram a ela que a condutora do veículo que matou o menino teria avançado outros cruzamentos, antes do acidente que ocorreu no cruzamento da Avenida Piquiri com a Rua Paraná, por volta das 19h.
Segundo a mãe, eles teriam dito, inclusive, que existem câmeras de monitoramento que teriam “flagrado” que a motorista furou outras preferenciais.
Com isso, o promotor solicitou que os dois fossem ouvidos, mas as informações não foram confirmadas por eles. O delegado esclareceu que a presidente da Transitar falou à mãe que ela teria a chamado na sede da autarquia para explicar os estudos que foram feitos no local e as melhorias, para que ela entendesse o porquê da não colocação de uma lombada, mas que as imagens que eles tiveram acesso foram as mesmas divulgadas na imprensa.
“A Transitar não possui monitoramento e as imagens que a Transitar disse ter tido acesso foram as mesmas da imprensa e que, além disso, a condutora teria vindo da Rua Tiradentes, acessado a Avenida Piquiri e que ao entrar na Rua Paraná avançou a preferencial causando o acidente”, disse o delegado. As informações colhidas já foram anexadas no processo que está disponível ao Poder Judiciário, segundo o delegado, já que é feito de forma online.
Sobre o caso
A morte do menino Fernando aconteceu na noite do dia 14 de junho. A motorista que provocou o acidente do menino, Marcia Pereira Sobrinho, foi denunciada por homicídio culposo na direção de veículo e lesão corporal, fato ocorrido no dia 8 de julho quando o inquérito foi concluído. Na época, foi levantada a hipótese que ela estaria utilizando o celular no momento do acidente, o que não ficou comprovado, visto que o setor de inteligência da Polícia Civil fez uma análise minuciosa no celular dela, mas não constatou nenhum aplicativo aberto no momento da batida.
O caso causou grande comoção na cidade já que o menino estava com a mãe e um amigo aguardando para atravessar a via. Uma “cobrança” devido ao fato da irresponsabilidade da condutora e também às autoridades de trânsito que por causa do acidente, fizeram uma série de modificações no cruzamento, desde a pintura reforçada da faixa de pedestre até a instalação de câmera de monitoramento e na sequência de um semáforo.
No último sábado (21) a família realizou um protesto pacífico cobrando providências do caso, após uma carta da mãe ter rodado pelas redes sociais e ser encaminhada a imprensa.