SÃO PAULO. Sondagem da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada nesta terça-feira mostra que o Índice de Confiança da Indústria (ICI) subiu 4,2 pontos neste mês de junho, alcançando o maior nível desde fevereiro de 2015 — 83,4 pontos. De acordo com a FGV, a melhora nas expectativas das empresas se estendeu a 14 dos 19 principais segmentos pesquisados e foi determinada majoritariamente por uma visão mais otimista em relação ao futuro próximo.
O resultado de junho consolida a tendência de recuperação da confiança industrial esboçada nos meses anteriores diz Aloisio Campelo Jr., superintendente Adjunto para Ciclos Econômicos da FGV/IBRE, observando que. entre abril e junho, especificamente, o avanço foi impulsionado pela melhora das expectativas, em um movimento que pode ser definido como de redução do pessimismo. O retorno da confiança aos níveis médios históricos dependerá, de agora em diante, de uma efetiva recuperação da demanda interna e da redução das incertezas originadas no ambiente político.
Um dois componentes do ICI, o Índice de Expectativas (IE) atingiu 85,7 pontos em junho, 7,5 pontos acima do mês anterior, a segunda maior alta mensal registrada desde janeiro de 2002. O Índice da Situação Atual (ISA), outra variável do ICI, também evoluiu favoravelmente, em menor magnitude, ao crescer 0,7 ponto ante o mês anterior.
A maior influência para a alta do IE foi dada pelo indicador que capta as perspectivas para a produção nos três meses seguintes. Após o terceiro aumento consecutivo, o indicador atinge 93,9 pontos, o maior patamar desde abril de 2014 (96,1 pontos). Entre maio e junho, o percentual de empresas prevendoreduzir a produção nos meses seguintes diminuiu de 28,7% para 16,0% do total, enquanto a parcela de empresas que espera aumentar a produção passou de 23,4% para 24,2%, destaca a FGV.
Já o indicador que mede o grau de satisfação com o nível atual da demanda foi o principal determinante para a alta do ISA em junho, ao atingir 80,1 pontos, 2,7 pontos superior ao do mês anterior. O resultado, segundo Campelo, decorre da combinação de estabilização das avaliações sobre o nível de demanda externa, em patamar neutro, com a melhora das percepções sobre a demanda interna que registrou a quarta evolução mensal favorável, depois de atingir o mínimo histórico em fevereiro passado.
O Nível de Utilização da Capacidade Instalada (NUCI), a terceira variável do ICI, ficou relativamente estável em junho, em 73,9%, 0,1 ponto percentual acima de maio. Em bases trimestrais, porém, este foi o primeiro avanço do NUCI desde o terceiro trimestre de 2013: a média do indicador no segundo trimestre, de 74,0%, ficou 0,2 p.p. acima da média do trimestre anterior (73,8%).