BRASÍLIA ? A presidente afastada Dilma Rousseff disse, nesta quarta-feira, que o presidente afastado da Câmara Eduardo Cunha é uma “ameaça integral, em todos os sentidos” ao presidente interino Michel Temer. Em entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, do SBT, a petista comentou que no domingo passado os dois peemedebistas se encontraram e que a conversa não foi sobre futebol.
? Domingo passado o senhor Eduardo Cunha foi visitar o senhor presidente interino e provisório Michel Temer. Não conversaram sobre futebol. (Para Temer, Cunha é uma ameaça) integral, em todos os sentidos ? disse Dilma.
O jornalista também perguntou sobre a participação da petista na Olimpíada do Rio e ela disse que o Comitê Olímpico Internacional (COI) ainda não a convidou, mas que ela se considera a “mãe” das Olimpíadas.
? Eu fiz todas as tratativas. Eu me sinto mãe dessa Olimpíada, acho que o Lula é o pai. Acho justo que eu e o Lula estivéssemos (nos jogos) ? avaliou.
Sobre o processo de impeachment, Dilma disse que irá recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF), caso o Senado confirme seu impedimento. Na entrevista, a petista disse que a perícia realizada pelo Senado demonstra que não houve crime de responsabilidade de sua parte. Sobre a proposta de um plebiscito convocando novas eleições, a presidente afastada afirmou que não tomará uma iniciativa própria nesse sentido, mas a apoiará, caso senadores aliados assinarem tal proposta.
Dilma também criticou o aumento concedido por Temer aos servidores do Judiciário, de 41,5%, e o comparou aos 12,5% de aumento anunciado hoje pelo governo interino aos beneficiários do Bolsa Família. A presidente afastada criticou o vazamento das informações da potencial delação de Marcelo Odebrecht e negou que tenha pago, por fora, serviços prestados pelo marqueteiro João Santana. Ela elogiou a decisão do ministro do Supremo Dias Toffoli de mandar soltar seu ex-ministro Paulo Bernardo, preso na semana passada durante a operação Custo Brasil, um desdobramento da Lava-Jato.
? O Supremo tem tido uma atuação correta para impedir que as prisões passem a ter outro sentido que não o previsto na lei. Foi uma decisão muito prudente, muito firme ? disse.
Perguntada sobre qual é a fotografia histórica que o país terá de sua gestão como presidente da República, ela respondeu:
? A fotografia histórica é tirar o Brasil do mapa da forme e ter tirado uma parte da população da miséria extrema.