Apraxia de Fala

Professores municipais serão treinados para identificar casos

Professores municipais serão treinados para identificar casos

Cascavel – Com a aprovação da lei municipal que cria o “Dia da Conscientização da Apraxia de Fala na Infância”, que a partir do próximo ano será lembrado no dia 14 de maio, os professores da rede municipal de ensino de Cascavel vão receber cursos para identificar este tipo de transtornos com os alunos dentro da sala de aula.


De acordo com Maria Aparecida de Farias Silva que é fonoaudióloga, neuropsicopedagoga e que representa a Abrapaxia (Associação Brasileira de Apraxia de Fala na Infância), o curso terá a parceria da associação e tem como objetivo treinar os docentes para que eles consigam identificar os primeiros sinais da dificuldade na linguagem, o que ocorre dentro da sala de aula. “Teremos também um evento anual, sendo esse um dos motivos para aprovar a lei que vai andar em conjunto com o dia do autista”, salientou.


Segundo a fonoaudióloga, a Apraxia de Fala na Infância é um tipo de transtorno que prejudica a aprendizagem dos sons da fala. É considerada uma disfunção neurológica que atinge o planejamento e a programação das sequências de movimentos necessários para produzir a fala, pois o cérebro não envia os comandos adequados para os articuladores, dificultando a produção das palavras.

Implantação
Conforme Maria Silva, a Abrapraxia já vem celebrando essa data desde 2016 e faz campanha para adesão nos municípios, estados e no Brasil. “Com a lei aprovada à associação vai fornecer esse curso para as professoras para ajudar a fazer o diagnóstico precoce, já que quem vai dar o diagnóstico é só a fonoaudióloga mesmo”, disse a profissional que ajudou a associação a implantar o dia de conscientização em Cascavel.


Diante disso, ela procurou o legislativo e propôs a lei, que fará diferença para o dia a dia dos professores. “Temos muita criança dentro da sala de aula sendo tratada com outros transtornos e, na realidade, a criança tem a apraxia de fala, ou seja, estão tratando erroneamente as crianças, sendo que para se tratar a apraxia de fala tem que ser um profissional capacitado, alguém que saiba o que está fazendo, que tenha métodos eficazes para desenvolver a linguagem oral dessa criança”, alertou.


Maria Silva esclareceu ainda que atualmente muitas crianças acabam passando por um tratamento de terapia de fala normal e, em muitos casos, a criança tem a apraxia o que faz com que ela tenha dificuldade de evolução no tratamento. “Se não for feito o método correto ela nunca vai ter evolução, porque as pessoas não conhecem esse transtorno, é pouco falado, é pouco divulgado, porque além do diagnóstico ser um diagnóstico difícil de fazer e as pessoas não tem conhecimento”, reforçou.


Para o vereador Sidinei Mazutti que propôs a criação da lei, “espalhar a conscientização faz com que as pessoas que lidam com essa condição saibam que suas crianças não estão sozinhas, e que existe tratamento precoce”.


Abrapraxia ainda é “jovem”
A Abrapraxia é uma associação sem fins lucrativos, fundada há um pouco mais de seis anos por pais de crianças com este diagnóstico. As ações visam fortalecer a informação a todos, promovendo a possibilidade de diagnóstico correto e efetivo apoiando os fonoaudiólogos, familiares e profissionais da área. Esta dificuldade nos aspectos motores da fala atinge uma ou duas a cada mil crianças.


A maioria dessas crianças tem o raciocínio preservado, pensam o que querem comunicar, mas não conseguem converter esse pensamento palavras. É como se a comunicação entre o cérebro e a boca fosse interrompida. Há uma diversidade de características envolvidas nos quadros de Apraxia de Fala na Infância, variando de criança para criança.