SÃO PAULO – O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM), defendeu nesta segunda-feira o voto em lista fechada como uma das mudanças que deveriam ser contempladas numa reforma política. O deputado, que ocupa o cargo de presidente da República em exercício enquanto Michel Temer cumpre viagem no exterior, disse que esse modelo de votação é o que melhor se ajusta ao financiamento eleitoral em vigor no país, que acabou com a doação de empresas.
O voto em lista fechada é aquele em que o eleitor vota em um partido e não em candidatos na eleição para o Legislativo. Essa proposta já foi rejeitada recentemente pelo Congresso. Em palestra na Associação Comercial de São Paulo na manhã desta segunda-feira, Maia afirmou não acreditar que o Senado restabeleça a regra antiga de financiamento empresarial das campanhas eleitorais.
? Nesta eleição você verá que poucos tiveram recursos do fundo partidário para fazer a campanha. Na próxima teremos eleição para governador, deputado estadual e federal, senador e presidente. Não há dentro desse sistema eleitoral capacidade de financiamento público resolver todos os problemas. Por isso, a manutenção do sistema atual de financiamento, que eu acho que será mantido, impõe a lista fechada ? afirmou Maia.
Sobre a pauta econômica, o deputado reafirmou o prazo de início de novembro para finalizar a votação da PEC do teto de gastos na Câmara.
Antes da reunião na Associação Comercial, Maia se encontrou com o ex-ministro José Eduardo Cardozo em São Paulo. O deputado disse que ambos são amigos e conversaram sobre a conjuntura política no país após o impeachment de Dilma Rousseff. Maia defendeu diálogo entre as lideranças.
? O Brasil precisa de mais harmonia e menos radicalismo.