De origem humilde, filho de ex-padeiro e cuja mãe trabalhava com limpeza, Nenê desde cedo começou a driblar. Na adolescência, antes de trocar as quadras de futsal pelo futebol de campo, chegou a ajudar o pai, seu Valdir, a vender cachorro-quente na frente de casa, para aumentar a renda da família. Mas, hoje, diverte-se ao admitir que comia mais do que vendia o sanduíche. E é com fome de vitória e sob o comando de seu camisa 10 que o Vasco enfrenta o Brasil de Pelotas, hoje, às 18h30m, em São Januário, para tentar interromper a sequência de duas derrotas na Série B.
CASA PARA A MÃE
?Era meu maior sonho desde pequeno me tornar profissional e dar a casa para minha mãe, lembro das dificuldades que ela e meu pai passavam. Foi minha maior alegria no início da carreira dar a casa a ela. Depois comprei outra, graças a Deus, até melhor. Não tem preço ver a alegria dela por não ter mais que pagar aluguel?.
DORMIR NO CHÃO
?Meu pai trabalhava dia e noite na padaria. Apesar de difícil, era uma época bem engraçada, queria ajudá-lo, mas ele dizia: você vai fazer o quê? Tinha uns 13 ou 14 anos, eu acabava dormindo no chão da cozinha da padaria. Até que ele me disse que eu não precisava mais ir. Tinha muita admiração pelo quanto ele trabalhava para dar uma vida digna para a gente?.
TRAVESSURAS
?Em um dos meus primeiros anos no futebol de campo, ainda na base, fomos à Suíça jogar um torneio. Eu era bem sapeca, travesso. O treinador era brasileiro, de origem italiana, rígido. Eu era titular do time, e acabei conversando com uma moça da Islândia e o irmão dela, nem sabia o que estava falando, pois não falava inglês, era só na base da mímica. Ele me viu dando uns ?amassos? e me tirou do time. Fiquei muito bravo, não tinha nada a ver. Tudo era novo, até viajar para outro país?.
ERA UMA VEZ O FOMINHA
?O Biazotto (Marcos, técnico) me pediu para correr com uma bola embaixo do braço, porque eu era muito fominha. Ainda tinha a mentalidade do salão. Na época fiquei bem bravo, mas hoje a gente se diverte relembrando?.
PRESENTES IDEAIS
?Seria a gente ganhar a Copa do Brasil e ser campeão da Série B. Subir é obrigação, mas, como campeão, seria muito melhor. E uma convocação para a seleção. Seria a realização de um sonho ganhar esses três presentes de aniversário?.
TITE NA SELEÇÃO
?Posso ter uma esperança, sim. Quero continuar ajudando meu time a conquistar as vitórias e a seguir na liderança. Tenho que continuar no mesmo nível em que eu vinha, e aí será consequência. Se a chance aparecer, vou ficar muito feliz?.
11 MESES DE VASCO
?O balanço é muito positivo. Voltei ao nível de quando jogava no Paris Saint-Germain (de 2010 a 2013). Está sendo muito bom ser reconhecido num clube da grandeza do Vasco. Ter o reconhecimento e respeito de todos, não só do Vasco, é muito gratificante. Eu e minha esposa adoramos o Rio, e minha prioridade é ficar aqui bastante tempo. E também não penso em voltar para a Europa, quero ver o crescimento dos meus filhos, que moram em Jundiaí?.
DERROTAS SEGUIDAS
?É uma coisa que pode acontecer. A gente está no final da primeira parte do ano, alguns jogadores machucados e, às vezes, cansa mesmo. São muitas viagens, você vai de Norte a Sul em poucos dias, sequência muito dura. Perdemos um pouco da intensidade. Mas temos que resgatar o mais rápido possível, já no próximo jogo, sem desculpa, mesmo cansados. E essa semana de trabalho foi boa por causa disso. Já deu uma recuperada, o time estava sem treinar. Esperamos o apoio da nossa torcida.?
JOSÉ ALDO
“Somos amigos. Fui na pré-estreia do filme dele, que é muito bom. Ele é flamenguista roxo, mas diz que gosta do meu futebol desde a época que eu jogava no Santos. Ele tem uma história de vida incrível, é um cara humilde, sou fã. Falei para ele trazer pra mim o cinturão”.