Cotidiano

Após morte de estudante, UFRJ tenta remover perfis homofóbicos na internet

protesto-ufrj.jpgRIO – A Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) promete fechar o cerco aos
grupos conservadores formados por integrantes da instituição que disseminam ódio
na internet. A Reitoria da UFRJ está em contato com o Facebook para que esses
perfis sejam removidos. Mas, por enquanto, o trabalho tem sido de enxugar gelo.
Uma das páginas, o ?UFRJ Livre” foi retirado do ar. No dia seguinte, no entanto,
foi criada uma nova versão: o ?UFRJ da Opressão?, que permanece publicando
ataques homofóbicos. O grupo, que estampa a imagem do deputado Jair Bolsonaro em
sua capa, chegou a ironizar a suspeita de que a morte do estudante Diego Vieira
Machado, de 29 anos, tenha motivação homofóbica.

Diego foi encontrado morto no dia 2 de julho perto do
alojamento da universidade, com marcas de espancamento. Ele estava nu da cintura
para baixo. O reitor Alberto Leher disse que o corpo do estudante deve ser
levado amanhã para a sua cidade natal, Belém, no Pará.

Convocadas pela direção da UFRJ, cerca de cem pessoas,
entre alunos, professores e funcionários, fizeram ontem um ato contra a
intolerância. A manifestação foi no primeiro andar do prédio da Reitoria, no
Fundão.

A direção da UFRJ diz que assumiu o ?compromisso
radical” de enfrentar todas as formas de ?discriminação e violência, racismo,
LGBTfobia, machismo, preconceitos de classe e xenofobia”. Morte na UFRJ – 04/07

Do lado de fora da Reitoria, alunos fizeram uma
performance para lembrar a morte de Diego. Com as mãos amarradas, dois jovens
podiam ser vistos dentro de sacos pretos. Natália Silva, de 25 anos, aluna do
curso de dança, estava no ato:

? É importante nesse momento pensar junto sobre tudo o que aconteceu e o que
está acontecendo. A falta de segurança no campus da universidade é histórica e
não um problema restrito dessa gestão. Estamos fazendo essa performance para
marcar posição.

Alberto Leher disse que a ação é uma tentativa de frear as manifestações de
ódio:

? Não vamos resolver as questões da sociedade, mas temos
que trabalhar para que as pessoas dentro da UFRJ sejam felizes com suas
opções.

Sobre a falta de segurança no campus, ele afirmou que
houve aumento das rondas policiais do 17º BPM (Ilha do Governador).

? Identificamos áreas vulneráveis na Cidade
Universitária, mas precisamos que haja um monitoramento maior nos ônibus que
circulam pelo campus, principalmente os que passam pela Linha Amarela. O reforço
no patrulhamento durante os cursos noturnos foi outro pedido que fizemos ? disse
o reitor, que se encontrou com o comando do BPM.

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