RIO – As pessoas consomem bebidas com adoçantes artificiais acreditando eles ajudam a gente a controlar o peso, mas um estudo divulgado nesta terça-feira mostra que esses produtos podem ter um efeito contrário ao desejado.
A explicação é simples. Quando um indivíduo consome alimentos adoçados artificialmente, o cérebro reconhece o gosto doce, mas logo sente falta das calorias que deveriam acompanhar a sensação. Consequentemente, o cérebro envia impulsos nervosos informando ao organismo que “ainda estamos com fome”, levando a pessoa a querer mais comida.
O estudo foi realizado usando moscas de fruta como cobaias. Os cientistas da Universidade de Sydney, na Austrália, perceberam que, quando submetidos a uma dieta com alimentos adoçados artificialmente, esses insetos comiam até 30% a mais do que os outros, no grupo de controle.
Em seu trabalho, publicado pelo periódico científico “Cell Metabolism”, os pesquisadores utilizaram o adoçante sucralose, muito presente em diversos refrigerantes. Mas eles dizem que o mesmo efeito deve ser observado com outros produtos.
De acordo com o professor Greg Neely, um dos autores do estudo, tudo pode ser explicado pelo mecanismo de recompensa do cérebro. Quando nosso corpo ingere calorias, que são a fonte de energia para qualquer atividade, esse mecanismo ativa uma sensação de prazer, que é a tal recompensa. É como se o cérebro dissesse: “Muito bem, você ingeriu calorias. Precisamos disso para viver”.
Por outro lado, quando o cérebro reconhece o gosto de doce, mas percebe a ausência de calorias, ele não ativa a sensação de prazer e saciedade. Pelo contrario: pede mais comida.
A pesquisa também concluiu que adoçantes artificiais levam a insônia e outros problemas associados com desnutrição ou com o estado de jejum. Segundo o estudo, quando você deixa uma mosca de fruta com fome, o cérebro do inseto não o deixa dormir porque pensa que o corpo precisa de mais calorias. E não se consegue mais calorias durante o sono.