RIO Mary Robinson, ex-presidente da Irlanda e enviada especial das Nações Unidas sobre mudanças climáticas e El Niño, fez duras críticas aos governos da Alemanha e do Reino Unido por descumprimento do acordo de Paris, assinado em dezembro do ano passado. As críticas vieram após os dois países anunciarem medidas de financiamento para a indústria de combustíveis fósseis por meio de subsídios.
Pelo acordo de Paris, os países signatários se comprometeram não apenas com a substituição dos combustíveis fósseis no longo prazo, mas também a financiar projetos em linha com a redução das emissões de gases do efeito estufa. Contudo, recentemente o governo alemão prometeu compensações para a geração elétrica com carvão e o Reino Unido concedeu isenções fiscais para a indústria de petróleo e gás.
Eles (o governo britânico) introduziram novas isenções fiscais para petróleo e gás em 2015, que irão custar bilhões aos contribuintes entre 2015 e 2020, e ao mesmo tempo cortaram apoio para fontes renováveis e eficiência energética criticou Mary Robinson, em entrevista ao Guardian. É lamentável. Esse não é o espírito de Paris. Em muitas formas, o Reino Unido era um líder (nas questões sobre mudanças climáticas) e espero que retome esse lugar. Mas não é este o momento.
A crítica acontece em meio ao bombardeio que a nova premier britânica, Theresa May, vem sofrendo pela decisão de abolir o Departamento de Energia e Mudanças Climáticas. Segundo Natalie Bennett, líder do Partido Verde, além da extinção do departamento, May indicou para a secretaria de meio ambiente um parlamentar que votou consistentemente contra medidas para barrar a mudança climática.
Sobre a Alemanha, Robinson afirma que o país tem tomado medidas positivas, como a concessão de auxílio a países em desenvolvimento. Entretanto, a maior economia da União Europeia mantém os subsídios aos combustíveis fósseis.
A Alemanha diz que está no caminho de acabar com subsídios ao carvão até 2018, mas o governo alemão também está introduzindo novos mecanismos que fornecem pagamento a companhias energéticas pela habilidade de fornecimento constante de energia, mesmo que sejam formas poluentes, como diesel e carvão disse Robinson, acrescentando que as críticas não se restringem aos dois países. Nós queremos que todos os países encerrem os subsídios.