RIO – O candidato Marcelo Crivella (PRB) desmarcou sua participação na entrevista do RJ TV, da Globo. Mais cedo, ele faltou a sabatina da rádio CBN. Segundo aliados, o candidato, que está à frente nas pesquisas de intenção de votos, decidiu adotar cautela na reta final da eleição para não correr o risco de perder votos.
Crivella já havia desistido de participar do debate do SBT e do GLOBO. E a TV Record, que é de propriedade do bispo Edir Macedo, que é tio de Crivella, cancelou o debate previsto para o segundo turno.
Em entrevista ontem ao SBT, Crivella atacou jornalistas do GLOBO e de ?Veja?. Ele demonstrou irritação com a revelação de que será citado na negociação de delação premiada do ex-diretor de Serviços da Petrobras, Renato Duque. Segundo a coluna de Lauro Jardim, em sua campanha ao Senado, em 2010, Crivella teria recebido R$ 12 milhões oriundos de propina do esquema do petrolão. Ele nega.
Ao longo da campanha, o candidato do PRB frisou várias vezes que não teve participação no esquema de corrupção do petrolão, que é investigado pela operação Lava Jato. Os versos do jingle de campanha de Crivella dizem que ele ?não está na Lava Jato.?
No sábado, a revista Veja mostrou que o candidato foi preso numa delegacia por um dia em 1990, quando tentou desocupar um terreno de propriedade da Igreja Universal. Crivella disse à revista que estava revoltado, que chegou ao terreno acompanhado de dez homens e que arrebentou a cerca e começou a tirar os pertences de uma família invasora e a colocar num caminhão. Porém, depois da divulgação da reportagem, ele gravou um vídeo com uma versão diferente em que negava ter sido detido.
?Veja? exibiu ontem em site os trechos dos áudios em que Crivella admite ter sido preso. Os trecho contradizem o candidato que divulgou vídeo nas redes sociais dizendo que nunca fui preso.
No entanto, ele disse o contrário à revista:
?Eu não aguentava mais aquela situação. Fui lá e bum! Tirei tudo! E o advogado, muito esperto, que queria fazer uma chantagem, já tinha chamado os policiais, e me deram o flagrante sobre o seguinte crime: uso arbitrário das próprias razões. E me prenderam. Aí, na delegacia, por incrível que pareça, fiquei preso um dia. Carceragem da 9ª DP lotada de gente?, disse o candidato aos repórteres de Veja.