SÃO PAULO ? Os metalúrgicos da Mercedes Benz, que está com a produção suspensa desde segunda-feira, decidiram na manhã desta quarta-feira se manterem mobilizados na tentativa de reverter a demissão de 1,8 mil empregados. Está marcado para às 7 horas desta quinta-feira um protesto em frente a fábrica, em São Bernardo do Campo. Segundo a Central Única dos Trabalhadores (CUT), a ideia é fechar a Anchieta pela manhã.
No início desta semana, a montadora enviou telegramas aos funcionários comunicando o corte. A empresa não confirma quantos serão demitidos, mas no início do mês havia informado a seus 9,8 mil funcionários que, diante da baixa adesão ao Programa de Demissão Voluntária (PDV) entre junho e julho, teria de demitir 1.870 empregados a partir de setembro.
Os metalúrgicos da fábrica de São Bernardo têm estabilidade no emprego garantida pelo Programa de Proteção ao Empregp (PPE), aderido pela empresa em novembro passado, até o dia 31 de agosto. O excedente de funcionários da empresa chega a 2,5 mil funcionários, e apenas 630 aderiram ao PDV.
A montadora explica que já adotou todos os mecanismos possíveis para evitar o corte massivo. Além do PDV, a montadora recorreu ao lay-off (suspensão temporária de contratos), ao PPE, que reduz salário e jornada, férias coletivas e licenças remuneradas.
?Com o intuito de manter a nossa transparência e atualizá-los sobre a difícil situação de nossa empresa, frente a uma das piores crises econômicas do País, informamos que o excedente da planta de São Bernardo, que no início do ano era de cerca de 2.000, já supera 2.500 colaboradores, após sucessivas reduções de produção. Adicionalmente, continuamos sem nenhum sinal de reação do mercado brasileiro em 2017, o que pode piorar ainda mais a situação?, dizia a carta assinada pelo presidente da companhia no Brasil, Philipp Schiemer, enviado aos funcionários no início do mês.