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Diogo Silva aprova cerco a dirigentes do taekwondo: 'Legado olímpico'

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Um dos principais críticos da Confederação Brasileira de Taekwondo (CBTKD) nos últimos anos, o lutador Diogo Silva, medalhista de ouro no Pan do Rio-2007, ficou satisfeito com a deflagração da Operação Nemeus nesta quarta-feira, que cumpre mandados contra a empresa SB Marketing e confederações acusadas de desvio de recursos públicos. Mas o lutador avisou, em contato por telefone com o GLOBO: ainda há mais pela frente.

OPERAÇÃO NEMEUS

O embate público de Diogo contra a CBTKD começou em 2010, logo após a eleição de Carlos Fernandes para a presidência da entidade. O lutador chegou a acusar Fernandes de “ditador”, acusando-o de desviar recursos públicos destinados à confederação. Fernandes teve seu afastamento do cargo solicitado pela Operação Nemeus, devido aos indícios de conivência com as fraudes.

De acordo com Diogo, houve cumplicidade do Ministério do Esporte e do Comitê Olímpico do Brasil (COB) com as fraudes de licitações e superfaturamento de convênios bancados com recursos públicos, crimes que são investigados pela Polícia Federal. O valor total dos 14 convênios sob suspeita, firmados por diversas confederações esportivas com a empresa SB Marketing entre 2011 e 2015, chega à casa dos R$ 26 milhões, segundo a PF.

– Tem mais coisa para aparecer, principalmente com o Comitê Olímpico do Brasil (COB) e o Ministério do Esporte. São eles que liberam dinheiro para as confederações, e foi o ministério que aprovou as contas irregulares ao longo desses anos. É impossível não ter envolvimento desses dois. Talvez não tenham se beneficiado com o desvio, mas aprovaram as contas ou fizeram vista grossa – afirma Diogo.

MAIS DESDOBRAMENTOS

O lutador, embora comemore o “passo à frente” dado pela investigação, lamenta apenas que os resultados da Operação Nemeus, que incluíram a prisão preventiva de Sérgio Borges, sócio-diretor da SB Marketing, não tenham vindo à tona antes dos Jogos Olímpicos. Para Diogo Silva, esta seria uma chance de corrigir injustiças antes que os Jogos começassem. O lutador afirma que Carlos Fernandes, presidente da CBTKD e seu desafeto, foi o grande responsável por lhe fechar as portas e deixá-lo sem vaga na Rio-2016. A operação da Polícia Federal pediu, entre outras coisas, o afastamento de Fernandes da presidência da entidade.

– Todo passo à frente tem que ser comemorado. Esse é um dos melhores legados dos Jogos Olímpicos. Se não fosse pelos Jogos, não haveria esse interesse (de investigar). Espero que eles mexam nesse vespeiro, assim como estão fazendo com a política do Brasil. O Ministério do Esporte e o COB não agiram. Era dever deles ter agido – frisou o lutador, que pede mais desdobramentos para Fernandes:

– Acho que ele não retorna ao cargo. Esse foi o último suspiro dele. O que nós vamos brigar é para que ele não seja somente afastado, mas sim para que aconteça pedido de prisão e que ele tenha de devolver aos cofres públicos o dinheiro ilícito.