SÃO PAULO – O governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB), disse nesta quarta-feira não ver relação da rebelião que deixou 56 mortos no complexo penitenciário de Manaus no último domingo com a prisão e transferência de líderes do Primeiro Comando da Capital (PCC), facção que atua dentro e fora dos presídios no estado em novembro do ano passado.
Questinado se o governo paulista falhou ao deixar que a facção se espalhasse pelo país, Alckmin disse que “não há nenhuma relação entre uma coisa e outra”.
– Não há nenhuma relação o problema da rebelião no Amazonas e estados do norte com outros sistemas – afirmou.
O governador falou sobre uma operação da polícia e Ministério Público em novembro que levou a prisão um grupo de advogados acusados de ligação com a facção, entre eles, o vice-presidente do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Luiz Carlos dos Santos. Depois disso, líderes da facção foram transferidos para regime disciplinar diferenciado, com maior grau de isolamento e restrições.
– Aqui nós tivemos, há mais de um mês, uma ação policial feita junto com o Ministério Público em razão de advogados que estavam levando informação, prendemos dezenas de pessoas. Pegamos alguns líderes da organização criminosa e transferimos para regime disciplinar diferenciado em penitenciária de segurança máxima. Não teve nada, já faz mais de um mês. Não vejo relação entre uma coisa e outra – declarou o governador.
De acordo com as investigações da polícia e do Ministério Público, Luiz Carlos dos Santos e os outros advogados são suspeitos de movimentar dinheiro do crime organizado em suas contas bancárias.
Segundo o jornal ?O Estado de S. Paulo?, o governo do Amazonas decidiu reativar uma cadeia para transferir e manter em segurança detentos ligados à facção. Os presos estariam recebendo ameaças após as 56 mortes registradas no Completo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj) e Unidade Prisional do Puraquequara, em Manaus.