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Procura por ingressos para o clássico é baixa

Por volta do meio-dia desta sexta, havia cerca de sete pessoas na recepção do Centro de Imagem Gecy Vieira Gonçalves, que funciona dentro do estádio Raulino de Oliveira. Era quase igual ao número de torcedores na fila da bilheteria ali ao lado. Na sexta-feira, o palco da partida entre Vasco e Flamengo teve pouca gente procurando ingressos, mas os gatos pingados que foram estão confiantes num grande público, que compraria entradas de última hora.

Alguns fatores explicam a baixa procura até a noite de ontem, quando havia apenas 3.500 ingressos vendidos. O medo da violência e o carnaval são alguns deles.

O estudante Juarez Vianello comprou um ingresso para ele, flamenguista, e um para o irmão, vascaíno. Apesar de achar que o público será bom hoje, pois clássicos na cidade são raros, ele explicou que muitos moradores de Volta Redonda, em especial os jovens, estarão fora devido ao carnaval:

? Nessa época do ano tem muita gente que viaja, geralmente para passar o carnaval no Rio ou em Minas. Eu tenho um grupo de quinze amigos próximos, e todos eles adorariam vir para este jogo. Mas desses quinze, eu sou o único aqui na cidade, o resto viajou.

Quem perseverou e comprou ingresso antecipado foi o público mais fanático, como Bruno Fernandes, de 21 anos. Ele adiou a viagem para acompanhar seu time do coração, o Flamengo:

? Eu ia para Pedra Bonita (MG) no sábado, mas quando o jogo foi marcado para cá, adiei para domingo. Clássico aqui é coisa rara ? disse.

Bruno teve uma vantagem: pôde pagar meia-entrada. Numa partida em que o ingresso mais barato custa R$ 100, é um diferencial. No Raulino, diversos transeuntes pediam aos mais jovens que usassem suas carteiras de estudante para comprar uma meia-entrada.

Nesta sexta-feira, os técnicos se mostraram insatisfeitos com o local do jogo:

? Um clássico com capacidade de 65 mil ingressos no Maracanã estaria vendendo tudo. Espero um dia começar o campeonato sabendo onde é a final ? disse Zé Ricardo.

? O problema é algo maior. Nós vemos o como está o Maracanã. O jogo fica prejudicado. Costumamos falar sobre o jogo a semana toda, o que não aconteceu dessa vez ? afirma Cristóvão Borges.