Cotidiano

PRF divulga balanço: crescem acidentes e mortes nas rodovias federais durante 2023

Foto: Luiz Felipe Max/SOT
Foto: Luiz Felipe Max/SOT

Cascavel – A Delegacia de Cascavel da PRF (Polícia Rodoviária Federal) divulgou ontem os números de acidentes e mortes nas rodovias da região durante o ano passado e os dados são bastante preocupantes. Nos 459 quilômetros de rodovias federais de sua abrangência, foram registrados um total de 652 sinistros de trânsito, sendo 208 considerados graves, quando se tem pelo menos um ferido grave ou morto, 788 pessoas se feriram e 82 pessoas perderam a vida.

Ao comparar com o ano anterior, a quantidade de acidentes teve um acréscimo de 11,2%, já que 2022 fechou com 586 sinistros. A quantidade de acidentes graves foi a mesma do ano anterior com 208, mas a de feridos registrada foi de 12,5% maior do que em 2022. Além disso, outro dado que chama bastante a atenção é que o número de mortes cresceu 7,8%, sendo que no ano anterior foram 76 óbitos.

De acordo com o inspetor da PRF de Cascavel, Ricardo Salgueiro, a grande parte dos acidentes ocorreu devido a velocidade incompatível com a via, ou seja, motoristas trafegando em alta velocidade. “Não foram os acidentes mais graves, mas a maior causa dos acidentes, sendo um potencializador de danos”, disse. Ele deu um exemplo de que no caso o motorista quando se perde em uma curva a 80 km por hora, o resultado desse sinistro, dessa saída de pista ou do possível capotamento, vai ser totalmente diferente no caso dele estar trafegando a 120 ou 130 km por hora.

Salgueiro frisou ainda que as ultrapassagens indevidas resultam em tragédias. “Temos observado o número de acidentes e percebemos que a quantidade de colisões frontais é muito menor do que, por exemplo, a de saídas de pista, mas quando olhamos o resultado, que são as lesões e as mortes, percebemos que a colisão frontal é o acidente que causa grandes danos”, salientou.

O trecho que contabilizou mais registros de acidentes em 2023 foi o do Trevo da Portal, entre o KM 586 e 587, no perímetro urbano da BR-277. Dos 652 acidentes de toda a região, 89 foram naquele ponto, deixando 85 pessoas feridas, 12 acidentes graves, 12 feriados e 3 mortos.

Fiscalização

Conforme Salgueiro, a velocidade incompatível foi a maior causa dos acidentes registrados em 2023 e para combater essa conduta, os radares portáteis foram operados por 659 horas, registrando 21.950 veículos em excesso de velocidade. O esforço representou um acréscimo de 13 horas de operação e o registro foi de mais de 2,5 mil flagrantes de excesso de velocidade.

Outro problema bastante latente é a alcoolemia. Durante o ano passado, 21.316 condutores foram submetidos ao teste do etilômetro. No período, 124 condutores foram flagrados dirigindo sob efeito de álcool e 35 foram presos. Outros 516 condutores foram autuados por se recusar a realizar o teste que identifica se a pessoa bebeu e dirigiu. Além disso, durante o ano, 37.862 veículos foram abordados e 42.481 pessoas foram fiscalizadas.

Cinto de segurança

Além da grande quantidade de infrações por excesso de velocidade, também foram autuados 1,4 mil condutores e 1.454 passageiros foram abordados sem cinto de segurança. Foram 379 crianças sem o dispositivo de retenção, 468 condutores segurando ou manuseando o telefone celular, além de 4341 autos de infração por ultrapassagens indevidas.

Dados estaduais também são apresentados

A PRF do Paraná também divulgou os dados de todo o Estado, que apontou que pedestres, motociclistas e ciclistas foram 40% dos mortos nas rodovias do Estado, um total de 223 pessoas que morreram em sinistros. As colisões frontais mataram 151 pessoas no estado, 27% do total de mortes, causado predominantemente por dois fatores: ultrapassagens proibidas ou malsucedidas e excesso de velocidade.

Com os radares móveis a PRF realizou no ano passado mais de 20 mil autuações por infrações de ultrapassagem, 13,4% a mais do que em 2022. Quanto à velocidade, aumentou em 96% a quantidade de horas de fiscalização com radares, chegando a 5.398 horas de fiscalização, com 189 mil flagrantes de excesso de velocidade. Em 2023, nas rodovias federais do Paraná, foram contabilizados 6.827 sinistros de trânsito, que resultaram em 559 óbitos, menos do que em 2022, quando 568 pessoas morreram em 7.113 sinistros.

Dos sinistros de 2023, 1929 foram considerados graves, quando ocorre lesão grave ou morte de pelo menos um dos envolvidos. Mais da metade das mortes 58%, ocorreram em trechos de rodovias não duplicadas, a chamada pista simples. Este tipo de configuração de via exige cuidado redobrado dos condutores, pois a ocorrência de sinistros costuma ser com interação entre veículos que circulam em sentido contrário, amplificando a energia da colisão.

A BR-277, que conta com aproximadamente 720 quilômetros de extensão no Paraná, detém a maior quantidade de sinistros – 1915 registros – e de mortos – 179 registros dentre as rodovias federais presentes no estado.

Chama atenção nos dados o aumento 15% de óbitos em sinistros envolvendo caminhões – 252 mortos em 2022 e 291 em 2023. O aumento de mortes acompanha o aumento de outros números de sinistralidade em caminhões, incluindo a quantidade de acidentes classificados como graves.