Cotidiano

Ataque à menina de 10 anos coloca em alerta responsabilidade dos pais

Ataque à menina de 10 anos coloca em alerta responsabilidade dos pais

Cascavel – Nessa semana, o caso de uma menina de apenas 10 anos que foi abordada por um homem armado com um estilete quando estava indo para a escola, perto das 7h da manhã, acabou “disparando um alerta aos pais” sobre a responsabilidade de deixar os filhos “andarem sozinhos”. Sobretudo, além da responsabilidade, o fato chama a atenção para a questão da supervisão dos pais nas tarefas diárias das crianças.
O caso ocorreu próximo a uma escola municipal e a menina, ao ser abordada, acabou correndo até a instituição escolar e conseguiu pedir ajuda a uma professora, que prontamente chamou o guarda patrimonial que acionou a Guarda Municipal. O suspeito não foi identificado e a menina e a mãe foram encaminhadas ao Nucria (Núcleo de Proteção à Criança e ao Adolescente Vítimas de Crimes) para orientações e posteriores procedimentos que são comuns neste tipo de situação.
Felizmente, o caso foi apenas um susto, mas acaba fomentando a discussão sobre deixar os filhos sozinhos, mesmo “perto de casa”. A Secretaria Municipal de Educação informou que foi comunicada sobre o ocorrido e, por meio de nota, orientou a comunidade escolar de que não deve permitir que a criança “vá sozinha para a escola”, ressaltando que “é responsabilidade dos pais levarem os filhos até a escola, com segurança”.

Sozinhos, não!
A delegada do Nucria, Bárbara Strapasson, explicou que a equipe atendeu o caso e que o envolvido acabou se distraindo com a movimentação da via, quando a criança conseguiu correr e pedir por ajuda. Bárbara comentou que o Nucria segue investigando o caso, verificando câmeras de monitoramento e buscando testemunhas, mas reforçou a mesma orientação, de que “os pais e responsáveis para que não deixem as crianças sozinhas, mesmo em horários e locais mais tranquilos”.

Conselho Tutelar
A reportagem do Jornal O Paraná conversou com a conselheira tutelar, Patrícia Paranhos, que reforçou a orientação de que as crianças com menos de 12 anos não devem ficar desacompanhadas, nem na rua, nem em casa. De acordo com o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente), os adolescentes têm livre circulação que são aqueles com mais de 12 anos.
No entanto, é importante frisar, segundo a conselheira, que esses adolescentes não podem ter a responsabilidade de cuidar de crianças menores, ou seja, estarem em casa ou na rua “cuidando” de irmãos menores. “Quando nos deparamos com este tipo de caso, explicamos o que está previsto na lei e orientamos que o mais importante é a segurança das crianças e adolescentes”, reforçou.
Segundo Patrícia Paranhos, é importante lembrar ainda que quando existe pessoa má intencionada, ela acaba encontram alguma forma de abordar os menores e, alguns deles, mesmo sendo orientados, acabam “aceitando” a abordagem ou não sabendo lidar com a situação. E, estando sozinhos, acabam sujeitos a abusos e outros tipos de violência. Além disso, é importante que os pais sempre saibam com quem os filhos estão, mesmo que seja na casa de um amigo, conhecidos da família; pais e responsáveis devem avaliar as condições aonde os filhos vão estar.
A conselheira alertou ainda sobre casos de pais que vão a locais públicos, como parques e, muitos vezes, acabam se distraindo se distraindo. “Nós orientamos a forma que os pais devem proceder; os filhos são os pais que precisam cuidar e zelar pela sua segurança sempre! Se os adultos, mesmo orientados caem em golpes, imaginem as crianças que ainda estão em desenvolvimento”, ponderou.
Na rotina do trabalho dos conselheiros, disse Paranhos, se percebe que muitos pais acabam se preocupando com as denúncias que podem chegar ao Conselho, mas o importante é que as têm se preocupar com as crianças, com a segurança e a proteção deles. “Em diversos casos orientamos e advertimos conforme o que está no Estatuto da Criança e do Adolescente, mas a preocupação principal deve ser com bem-estar e com a segurança dos filhos”, concluiu.