Política

“PEC do STF” é aprovada pelo Senado e presidente diz que “não é retaliação”

Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. 

Na ordem do dia, votação em dois turnos da PEC 8/2021 que limita decisões monocráticas (individuais) e pedidos de vista no Supremo Tribunal Federal (STF) e outros tribunais. Também está na pauta, projeto de lei que cria uma política nacional de atendimento a pessoas com câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). 

Em discurso, à tribuna, relator da PEC 8/2021, senador Esperidião Amin (PP-SC).

Mesa: 
senador Weverton (PDT-MA); 
presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); 
secretário-geral da Mesa do Senado Federal, Gustavo A. Sabóia Vieira;
senador Jayme Campos (União-MT);
senador Giordano (MDB-SP).

Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado
Plenário do Senado Federal durante sessão deliberativa ordinária. Na ordem do dia, votação em dois turnos da PEC 8/2021 que limita decisões monocráticas (individuais) e pedidos de vista no Supremo Tribunal Federal (STF) e outros tribunais. Também está na pauta, projeto de lei que cria uma política nacional de atendimento a pessoas com câncer no Sistema Único de Saúde (SUS). Em discurso, à tribuna, relator da PEC 8/2021, senador Esperidião Amin (PP-SC). Mesa: senador Weverton (PDT-MA); presidente do Senado Federal, senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG); secretário-geral da Mesa do Senado Federal, Gustavo A. Sabóia Vieira; senador Jayme Campos (União-MT); senador Giordano (MDB-SP). Foto: Jefferson Rudy/Agência Senado

Brasília – Com 52 votos “sim” e 18 votos “não”, na votação em primeiro turno, o Senado aprovou na noite de ontem (22) a PEC 8/2021, a “PEC do STF”, que limita as decisões monocráticas (individuais) e pedidas de vista dos tribunais superiores e do Supremo Tribunal Federal. A tendência da votação se manteve também na votação em segundo turno, logo em seguida. Para ser aprovada, uma PEC precisa de 49 votos favoráveis, quantitativo ultrapassado nas votações de ontem.

O texto veda a concessão de decisão monocrática que suspenda a eficácia de lei ou ato normativo com efeito geral ou que suspenda ato dos presidentes da República, do Senado, da Câmara dos Deputados ou do Congresso Nacional. Decisão monocrática é aquela proferida por apenas um magistrado — em contraposição à decisão colegiada, que é tomada por um conjunto de ministros (tribunais superiores) ou desembargadores (tribunais de segunda instância).

Entre outros pontos, a proposta também estabelece prazos para pedidos de vista — tempo para um magistrado estudar um determinado processo. Atualmente, no Judiciário, cada ministro pode pedir vista individualmente, sem prazo específico, o que possibilita sucessivos pedidos por tempo indeterminado.

O presidente da Câmara Alta, senador Rodrigo Pacheco, ainda antes da sessão que discutiu e votou a PEC, garantiu que a proposta não configura qualquer espécie de retaliação ao Supremo. “Não é resposta, não é retaliação, não é nenhum tipo de revanchismo. É a busca de um equilíbrio entre os poderes, que passa pelo fato de que as decisões do Congresso Nacional quando faz uma lei, que é sancionada pelo presidente da República, ela pode ter declaração de inconstitucionalidade, mas que o seja pelos 11 ministros e não por apenas 1”, disse Pacheco.

Concluída a votação Senado, o texto segue para a Câmara, onde também precisa ser votado em dois turnos.

Autoridades

Rodrigo Pacheco também informou que vai avaliar com os líderes partidários a possibilidade de realização de uma semana de esforço concentrado antes do final do ano para analisar indicações de autoridades, o que pode incluir eventual indicação do novo procurador-geral da República. “Vindo nos próximos dias, vamos avaliar. A gente faz um esforço concentrado e é bom que vota indicações para o Banco Central, Cade e PGR antes do final do ano. Eu vou buscar propor aos líderes”, adiantou.

O presidente Lula deve indicar nos próximos dias o sucessor de Augusto Aras para assumir o comando da PGR (Procuradoria Geral da República). No Senado, o indicado precisa passar por sabatina na CCJ e ter o nome votado no plenário. Também podem ser incluídas autoridades que aguardam aprovação da CCJ.

Foto: Agência Senado