O decreto assinado pelo presidente dos EUA Donald Trump para proibir a entrada no país de refugiados muçulmanos e cidadãos de nações como Irã, Iraque, Líbia e Síria gerou revolta no esporte americano, além de temores em relação à candidatura de Los Angeles para receber os Jogos Olímpicos de 2024. Para o americano David Wallechinsky, presidente da Sociedade Internacional de Historiadores Olímpicos e integrante do Comitê Olímpico Internacional (COI), o postura anti-muçulmanos de Trump afeta a campanha do país para receber a Olimpíada.
– Isto (o banimento a muçulmanos) é pior. Eu consideraria isto um golpe na candidatura de Los Angeles. Não determinante, mas um golpe – afirmou Wallechinsky ao jornal “New York Times”.
Não somente o movimento olímpico criticou o decreto de Trump, mas também o esporte de modo geral. No domingo, em longo texto publicado em suas redes sociais, o bicampeão olímpico no atletismo Mo Farah, nascido na Somália e com cidadania britânica, disse que a decisão de Trump o fez sentir-se “um extraterrestre”.
O esporte americano, porém, concentrou a maior parte das reações. O capitão da seleção masculina de futebol dos EUA, Michael Bradley, lamentou em entrevista à “Sports Illustrated” que a atitude “narcisista, xenófoba e misógina” de Trump se mantenha após sua chegada à Casa Branca.
– Eu esperava que o presidente Trump fosse agir de forma diferente do que o Trump da campanha. Que a retórica narcisista, xenófoba e misógina fosse dar lugar a algo mais humilde e equilibrado. Eu estava errado, e o banimento a muçulmanos é o último exemplo de alguém que não poderia estar menos em sicronia com o nosso país e com a maneira correta de seguir adiante – criticou Bradley.
Reações significativas contra as ordens presidenciais de Trump partiram da NBA, a liga de basquete americana, que conta com jogadores oriundos de países muçulmanos que entraram no banimento. O porta-voz da liga, Mike Bass, afirmou em comunicado que está em contato com a Casa Branca para entender como as ordens presidenciais podem afetar a rotina de jogadores como Thon Maker, do Milwaukee Bucks, e Luol Deng, do Los Angeles Lakers.
Ambos são refugiados da área que se separou do Sudão e formou o Sudão do Sul — o banimento de Trump afeta os sudaneses, mas deixa em aberto a situação dos cidadãos do sul, que tornou-se independente em 2011. Os clubes de Maker e Deng também entraram em contato formalmente com o governo americano, segundo o “Wall Street Journal”.