Variedades

No Museu de Arte de Cascavel, artista expõe obras que tratam de feminilidade, natureza e psicanálise

Karina Amadori traz a Cascavel trabalhos que tem como conceito a floresta das araucárias, típicas do sul do país

No Museu de Arte de Cascavel, artista expõe obras que tratam de feminilidade, natureza e psicanálise

Na próxima quarta-feira (13), abre no Museu de Arte de Cascavel (MAC) a exposição Caminhos da Desmemória, da artista visual Karina Amadori, que mescla desenhos e instalações para retratar questões autobiográficas conceituadas com a floresta ombrófila mista, das araucárias típicas do sul do Brasil.

Como aliada, a artista usa a seda natural do Paraná para abordar o feminino, gerando narrativas profundas e que levam a metáforas de mulheres e araucárias. “Eu comecei a estudar as árvores e a perceber que as espécies fêmeas tinham sua especificidades nos galhos, nas folhas, na maneira como se erguem, como quem proteje seu fruto, como uma mulher que guarda uma vida”, comenta Karina.

Na exposição, o público encontra 18 desenhos de araucárias impressos em sublimação. Cada peça de voal de seda tem 1,75 de altura. Os tecidos leves permitem que as pessoas transitem pela instalação e interajam com as obras. Os desenhos das araucárias reproduzidas com três tons de grafite, foram feitos a partir de imagens enviadas por amigos e conhecidos para a artista. “Não tenho como pensar a natureza e a mulher de formas separadas. Tanto uma quanto a outra são potências tão presentes em nossas vidas, porém, nem sempre compreendidas. Meu processo de criação caminha por todos estes lugares e, no fim, sempre se encontram”, explica.

Também, 13 obras feitas em grafite sobre papel, devem apresentar detalhes da floresta ombrófila mista. “São desenhos de araucárias fêmeas, que com toda a sua singulariedade são para mim como um corpo livre que se reencontra reflorestando, como a memória de mulheres que foram cortadas em um passado recente e viraram um espectro do que poderiam ser”, completa.

Ainda, os trabalhos de Amadori vêm acopanhadas de textos escritos pela psicanalista Juliana Radaelli, que discorre sobre experiências traumáticas que se transformam em obra. “A artista torna o seu traumático em algo sublime, fazendo a passagem do peso do abalo ser impressa na leveza da seda”, diz Radelli.

Sobre Karina Amadori

Karina Amadori nasceu em Pato Branco – interior do Paraná. A região está presente no conceito de suas obras. Formada em terapia ocupacional, foi a partir da relação com a anatomia do corpo humano que a artista criou gosto pela arte e começou os primeiros esboços em desenhos e esculturas. Atualmente, a pesquisa artística está diretamente ligada à produção do bicho da seda, criando objetos escultóricos e instalações feitas usando a seda e seus derivados como matéria-prima.

Além dos desafios da maternidade, Karina Amadori já vivenciou experiências dolorosas como a perda de uma filha aos nove meses de gestação. Esta bagagem pessoal e as diferentes formas de viver o feminino, com tristezas e alegrias, lhe deram um novo olhar sobre o papel da mulher no mundo. Além da relação entre arte e natureza, retratada também em suas obras que exprimem no papel a floresta ombrófila mista, através das araucárias, típica do sul do país, suas obras também dialogam com a essência feminina, trazendo delicadeza, mas também força ao trabalho artístico.

Serviço:

Exposição Caminhos da Desmemória
Local: Museu de Arte de Cascavel – Sede Sefrin Filho – Rua Rio de Janeiro, 905 – Cascavel-PR
Data abertura: 13 de setembro | Quarta-feira | 19 horas
Data da Exposição: De 13 de setembro a 30 de janeiro de 2024

Fonte: Assessoria