Cascavel – As obras de desassoreamento do Lago Municipal de Cascavel estão avançando e, paralelo à limpeza que vai deixar o principal cartão postal da cidade de cara nova, o cenário começa a mudar e “chamar a atenção” de quem passa pelo o local. A formação de uma ilha de vegetação verde próxima á ponte é um desses locais que fica ainda mais visível quando é registrada por fotos ou imagens aéreas, como as feitas pelo fotógrafo Celso Dias. A ilha tem um “cercamento” de pedras com objetivo de não sofrer o impacto das águas nos dias de vento e, com isso, a terra voltar a assorear o lago.
De acordo com o secretário municipal de Meio Ambiente, Nei Haveroth, essa ilha foi projetada para ser um ponto de refúgio para os animais atendendo a fauna local e, também, ser um ponto de contemplação aos moradores. “As pessoas que passam na pista e pela ponte conseguem além de ver a água, ver os peixes, e ver nessa ilha uma vegetação que será um espaço importante para os pássaros; as capivaras que estarão ali, assim como os outros animais, sendo que dessa forma as pessoas vão conseguir contemplar toda a biodiversidade do Lago Municipal”, explicou.
Haveroth disse ainda que o espaço vai embelezar ainda mais esse ponto do lago, além de ser um refúgio, já que a sua retirada provocaria um impacto para os animais que vivem no entorno daquele local. “Tivemos essa decisão em consenso com as entidades, junto ao Conselho Municipal de Meio Ambiente e a ONG Amigo dos Rios, de manter esse espaço como um local de diversidade ambiental”, reforçou.
Nessa parte do lago em que os trabalhos de limpeza iniciaram em meados de junho, o que chama mais a atenção é a grande quantidade de lixo que foi retirado do local. Até agora foram retiradas um total de 95 caçambas de lixo, cerca de 475 metros cúbicos de lixo, e a maioria teve que ser retirado manualmente. Os funcionários da empresa tiveram que entrar paramentados dentro da água e com auxílio de uma mangueira com água com alta pressão, foram fazendo esse trabalho de retirada.
Outras melhorias
O prazo para toda obra estar pronta encerra no fim do ano assim que a limpeza estiver pronta serão feitas ainda as caixas de contenção para evitar que ocorre novamente o assoreamento do lago. Conhecidas também como “gabião” elas vão acondicionar a sujeira que acaba caindo nas ruas que fazem parte da bacia e que com as chuvas, acabam sendo levadas pelas as galerias da região até o lago.
Previsto ainda no projeto serão instalados taludes, feita a recomposição de pavimentos, plantio de mudas e grama e resgate da fauna gradativamente ao longo da execução do desassoreamento. Com tudo pronto, o lago terá sua vida útil aumentada, visto que é um dos maiores reservatórios do país, dentro do perímetro urbano, contendo uma lâmina d’agua equivalente a 39 hectares de área e em níveis normais possui 4 bilhões de litros de água vindos das nascentes do Rio Cascavel.
Dragagem
Dois motores fazem a dragagem dos sedimentos do lago, trabalhando em potência máxima de sucção (100 metros cúbicos por hora), levando a sujeira por meio de 350 tubos de 12 metros cada, até um terreno que fica no Bairro Cascavel Velho, atrás da Escola Municipal Atílio Destro, há 3,5 mil metros de distância.
Os trabalhos são executados pela Construtora Hamirisi, pelo valor de R$ 3.870 milhões. A proposta é que depois de pronta, o Lago fique limpo, assim como era no começo em que foi criado, no ano de 1980. O último desassoreamento foi realizado entre 2008 e 2010, quando segundo a Sanepar, foram retirados 108.000 m³ de lodo.
Foto: Celso Dias