Cotidiano

Faturamento da indústria volta a cair em julho, aponta CNI

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INDÚSTRIA RIO – Apesar de as expectativas dos empresários colhidas pelas sondagens terem tido uma melhora nos últimos meses, os resultados da indústria seguem ruins. É o que mostram os Indicadores Industrias de julho, divulgados pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) nesta quinta-feira. Depois da alta de 2% em junho, o faturamento da indústria voltou a cair e recuou 4,3% em julho na comparação com o mês anterior. De janeiro a julho, o faturamento acumula queda ainda maior, de 12% em relação ao mesmo período do ano passado. Os demais indicadores da atividade industrial também caíram frente a junho.

? As expectativas melhoraram muito nos últimos meses. Mas isso ainda não se reflete nos resultados da indústria porque o desemprego continua em alta, a renda das famílias está caindo, o que desestimula o consumo, e o ritmo de crescimento das exportações também diminuiu ? observa o gerente-executivo da Unidade de Política Econômica da CNI, Flávio Castelo Branco.

As horas trabalhadas na produção – indicador que ajuda a prever o movimento futuro no número de empregados: crescimento contínuo das horas trabalhadas resultam na necessidade de contratação de trabalhadores e vice versa – recuaram 0,2% em julho na comparação com junho. De janeiro a julho a queda nas horas trabalhadas na produção foi de 9,3% frente ao mesmo período do ano passado. A utilização da capacidade instalada caiu para 76,9%, o nível mais baixo desde 1999, quando a CNI começou a fazer a pesquisa. Isso significa que a indústria operou com mais de 20% de ociosidade em julho.

O emprego na indústria diminuiu 0,4% em julho na comparação com junho. A queda do emprego de janeiro a julho chega a 8,9% em relação ao mesmo período do ano passado. A massa real de salários recuou 0,9% entre julho e junho. Foi a terceira queda consecutiva do indicador. De janeiro a julho, a queda foi de 9,7% em relação ao mesmo período do ano passado. De acordo com os Indicadores Industriais, o rendimento médio real do trabalhador da indústria caiu 0,3% em julho frente junho, com ajuste sazonal. De janeiro a julho, o rendimento teve retração de 0,9% na comparação com o mesmo período de 2015.

Mesmo assim, Castelo Branco acredita que o cenário deve melhorar nos próximos meses:

? O dado do IBGE mostra uma pequena alta do investimento. É possível que tenhamos, nos próximos meses, uma reação do investimento, o que deve estimular o crescimento.

De acordo com o IBGE, no segundo trimestre deste ano, o investimento cresceu 0,4% em relação ao primeiro trimestre. Foi o primeiro resultado positivo depois de dez trimestres consecutivos de queda. Na comparação com o primeiro trimestre de 2015, a queda do investimento é de 8,8%.

Os números da atividade econômica brasileira divulgados ontem pelo IBGE mostraram, no entanto, que no segundo trimestre do ano, em relação ao primeiro de 2016, a indústria avançou 0,3% – a primeira taxa positiva depois de cinco trimestres seguidos de queda -, contribuindo positivamente para o resultado do PIB, que encolheu 0,6% nessa mesma comparação.