Saúde

Com estoque “cheio”, Hemocentro pede que doadores mantenham ritmo

Hemepar,doação de sangue.
Curitiba,06/06/2017
Foto:Venilton Küchler
Hemepar,doação de sangue. Curitiba,06/06/2017 Foto:Venilton Küchler

Cascavel – Uma boa notícia para o setor de saúde neste começo de ano. Ao contrário das “viradas” anteriores, o Hemocentro de Cascavel está com os estoques regulares e com um bom fluxo de doadores, principalmente de doadores voluntários. Ontem, terça-feira (3), um grupo de doadores que está na escola de formação da Polícia Militar esteve no período da tarde fazendo a doação voluntária.

Para a assistente social do Hemocentro, Eliane Avancini, nos dois últimos anos, esta época de festas acabou sendo bastante impactada pela a pandemia, mas agora fluxo de doadores registrado foi bastante satisfatório. “Queremos agradecer todas as pessoas que vieram fazer a doação, de todas as tipagens e esperamos que isso se mantenha durante todo o ano, para que os estoques nunca fiquem baixas e garantam o serviço para quem precisa”, falou.

Ela reforçou que mesmo assim é importante reforçar que as pessoas não devem deixar de fazer a doação e, especialmente neste período de férias, é mais “tranquilo” para fazer a doação. “Com bom estoque não precisamos pedir para as famílias dos pacientes que recebem o sangue para fazer a doação e isso sempre foi o objetivo pelo qual trabalhamos, divulgamos e pedimos o apoio da nossa população”, esclareceu.

Quem pode doar

Os homens podem doar sangue a cada dois meses, em quatro vezes ao ano. As mulheres podem doar a cada três meses, num máximo de três doações ao ano. É necessário ter entre 16 e 69 anos completos. Menores de idade precisam de autorização e presença do responsável legal. O doador deve pesar no mínimo 51 quilos, estar descansado, alimentado e hidratado, além de evitar alimentação gordurosa nas quatro horas que antecedem a doação.

No dia da doação a pessoa deve apresentar documento oficial com foto, que pode ser a carteira de identidade, carteira do conselho profissional, carteira de trabalho, passaporte ou carteira nacional de habilitação. Depois de coletado, o sangue é fracionando e acontece o processo de separação dos hemocomponentes (plasma, hemácias, plaquetas e crio). Após isso, a bolsa fica estocada até o resultado dos exames, que apontam que ele pode ser utilizado em outra pessoa.

Dia da Hemofilia

Nesta quarta-feira (4) é o Dia Nacional das Pessoas com Hemofilia, uma doença genético-hereditária que se caracteriza por desordem no mecanismo de coagulação do sangue e manifesta-se quase exclusivamente no sexo masculino. Existem dois tipos de hemofilia: “A” e “b”. A hemofilia A ocorre por deficiência do fator ‘VIII’ de coagulação do sangue e a hemofilia B, por deficiência do fator ‘IX’.

A doença pode ser classificada, ainda, segundo a quantidade do fator deficitário em três categorias: grave (fator menor do que 1%), moderada (de 1% a 5%) e leve, acima de 5%. Neste caso, às vezes, a enfermidade passa despercebida até a idade adulta. Além dos sinais clínicos, o diagnóstico é feito por meio de um exame de sangue que mede a dosagem do nível dos fatores VIII e IX de coagulação sanguínea.

Nos quadros graves e moderados, os sangramentos repetem-se espontaneamente. Em geral, são hemorragias intramusculares e intra-articulares que desgastam primeiro as cartilagens e depois provocam lesões ósseas. Os principais sintomas são dor forte, aumento da temperatura e restrição de movimento.

As articulações mais comprometidas costumam ser joelho, tornozelo e cotovelo. Os episódios de sangramento podem ocorrer logo no primeiro ano de vida do paciente sob a forma de equimoses (manchas roxas), que se tornam mais evidentes quando a criança começa a andar e a cair. No entanto, quando acometem a musculatura das costas, não costumam exteriorizar-se.

Nos quadros leves, o sangramento ocorre em situações como cirurgias, extração de dentes e traumas. O tratamento da hemofilia evoluiu muito e, basicamente, consiste na reposição do fator anti-hemofílico. Paciente com hemofilia a recebe a molécula do fator VIII, e com hemofilia b, a molécula do fator IX. Os hemocentros distribuem gratuitamente essa medicação que é fornecida pelo Ministério da Saúde.

Quanto mais precoce for o início do tratamento, menores serão as sequelas que deixarão os sangramentos. Por isso, hoje em dia, é preconizada a chamada profilaxia primária, isto é, a infusão do fator a partir do primeiro sangramento, de duas a três vezes por semana para a prevenção de hemorragias posteriores. Assim se evita a lesão articular. Mesmo para quem apresenta alguma sequela articular, o uso frequente do fator, profilaxia secundária ou terciária, irá ajudar a melhorar a qualidade osteomolecular e evitar sangramentos.

O paciente e seus cuidadores devem ser treinados para fazer a aplicação do fator em casa. Em caso de hemartrose ou sangramento muscular, além da reposição do fator deficiente, fazer aplicação de gelo no local no mínimo, três vezes por dia, por 15 ou 20 minutos, até que a hemorragia estanque.

Vencida a fase aguda, o portador de hemofilia deve ser encaminhado para fisioterapia a fim de reforçar a musculatura e promover estabilidade articular.

Foto: AEN/SESA