Cotidiano

Greve dos aeronautas atrasa voos em Foz; Cascavel não sofre impacto

A paralisação se dá por conta da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), ao determinar que 90% dos profissionais permanecessem nos serviços

Greve dos aeronautas atrasa voos em Foz; Cascavel não sofre impacto

Foz do Iguaçu –  Chega o fim de ano e a história se repete. Aeronautas iniciaram a semana de braços cruzados das 6h às 8h e provocaram uma sequência de atrasos nos voos dos principais aeroportos do Brasil nesta segunda-feira. Pelo menos 13 aeroportos sentiram os reflexos, entre eles o de Foz do Iguaçu, na tríplice fronteira. Lá, os passageiros se depararam logo no início da manhã com o painel mostrando atraso em voos com destino a São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília.

A paralisação se dá por conta da decisão do STF (Supremo Tribunal Federal), ao determinar que 90% dos profissionais permanecessem nos serviços. Entre as reivindicações da categoria, constam melhores condições de trabalho e reajuste salarial.

O Aeroporto Afonso Pena, em Curitiba, teve  atraso em seis voos e um cancelamento. Em nota encaminhada para a imprensa, as companhias Latam, Gol e Azul informam que estão acompanhando de perto as negociações e trabalhando de forma a gerar o menor impacto possível aos passageiros.

Ainda em relação a Foz do Iguaçu, os passageiros que optaram pelo embarque nas primeiras horas da manhã aguardaram 10 minutos além do horário previsto para o embarque. Já para aqueles que tinham voos mais tarde, o atraso foi de 1 hora a 3 horas. Neste fim de ano, milhares de pessoas devem visitar a Terra das Cataratas. A CCR Aeroportos, empresa que administra o Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu, prevê intensa movimentação de passageiros entre os dias 15 de dezembro de 2022 e 6 de janeiro de 2023, quando cerca de 160.706 pessoas devem circular pelo aeroporto. A estimativa é de que o aeroporto opere 1.112 voos entre pousos e decolagens. O pico de maior movimentação está previsto para acontecer no dia 6 de janeiro, quando 7.742 pessoas devem passar pelo aeroporto, um aumento de 103% na movimentação média diária.

O Aeroporto Internacional de Foz do Iguaçu (IGU) é o principal aeroporto da região da Tríplice Fronteira, fazendo com que o movimento do aeroporto se intensifique ainda mais nesta época do ano.  De acordo com a decisão da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o uso da máscara de proteção é obrigatório em espaços aeroportuários como área de inspeção de segurança, sala de embarque, pátio, pista e também dentro das aeronaves.  As máscaras devem ser utilizadas ajustadas ao rosto, cobrindo o nariz, queixo e boca, minimizando espaços que permitam a entrada ou saída do ar e de gotículas respiratórias.

No Aeroporto de Cascavel, os horários dos voos não sofreram reflexos e foram mantidos os embarques e chegadas. Os voos para Campinas, Curitiba e Guarulhos foram mantidos nesta segunda-feira, sem maiores impactos seja por atraso ou cancelamento. A tendência é de Cascavel não sofrer impacto, até porque as paralisações ocorrem pela manhã e o primeiro voo do dia em Cascavel é às 10h30. A situação já não seria a mesma no mês passado, porque a cidade ainda contava com voos às 7h15 e 9h.

A GRU Airport, concessionária do aeroporto de Guarulhos (SP), o maior do país, disse que no pico dos problemas pela manhã dez voos estavam atrasados simultaneamente. A empresa não divulgou o total de voos impactados. Em Congonhas, na capital paulista, a Infraero registrou 38 atrasos e cinco cancelamentos.

No Rio de Janeiro, foram 13 atrasos e seis cancelamentos no aeroporto Santos Dumont, segundo a Infraero, enquanto a concessionária do Aeroporto Tom Jobim (Galeão), a RIOGaleão, mencionou que três voos sofreram atrasos.

A Latam disse pela manhã que “boa parte” de sua operação encontrava-se normal e confirmou “alguns impactos pontuais em alguns voos”, sem detalhar. A Gol afirmou que todos os voos previstos foram operados, mas que houve “alguns atrasos”, também sem dizer quantos. A Azul não comentou.

AS REIVINDICAÇÕES

As principais reivindicações da categoria envolvem: recomposição das perdas inflacionárias; melhorias nas condições de trabalho; renovação da convenção coletiva de trabalho; definição dos horários de início de folgas; cumprimento dos limites já existentes do tempo em solo entre etapas de voos. Os profissionais ressaltam que os altos preços das passagens aéreas estão gerando altos lucros para as companhias aéreas, e os profissionais estão ficando para trás. A categoria ainda destaca o trabalho durante a pandemia, já que a aviação não parou e os profissionais continuaram trabalhando, mesmo com reduções nos salários. No domingo (18), os aeronautas rejeitaram a proposta para a renovação da Convenção Coletiva de Trabalho 2022/2023.