Saúde

Covid-19: Saúde em alerta com novos casos e desinteresse pela imunização

Covid-19: Saúde em alerta com novos casos e desinteresse pela imunização

Cascavel – Não é de hoje que a imprensa que trabalha de forma oficial e traz as informações de interesse público apuradas diretamente com os órgãos de Saúde, alerta a população sobre o desinteresse pelas doses de reforço das vacinas contra a Covid-19. Há meses, vacinas estão sendo literalmente “deixadas de lado” nas unidades de saúde, tendo que ser descartadas, mesmo ainda sendo a principal arma comprovada contra a pandemia que ainda não acabou.

A médica e diretora da 10ª Regional de Saúde de Cascavel, Lilimar Mori, explicou a reportagem do Jornal O Paraná, a real situação da região, e também do estado, quanto a preocupação com o ressurgimento de casos, pessoas internadas e até de óbitos provocadas pela Covid-19. Segundo a médica, a regional monitora a curva de casos que há muito tempo estava em declínio e que voltou a subir desde o começo de novembro, o que reacende o alerta quanto ao retorno da prevenção da doença. Além disso, há preocupação com a chegada de uma nova variante.

Lilimar Mori explicou que a Secretaria de Estado da Saúde está observando como a situação se comporta, mas que o Ministério da Saúde recomendou que cada região e município tome as medidas que forem necessárias atendendo as realidades locais. Uma das medidas é o possível retorno do uso de máscaras, medida já retomada por exemplo na cidade de Belo Horizonte, em locais de grande aglomeração, como no transporte público. “Ainda é cedo para tomarmos essa decisão, mas ela não está descartada”, disse.

Proteção geral
A médica lembrou que as pessoas que estão na época de tomarem a dose reforço devem fazê-lo porque é a única maneira de estarem protegidas. “Quando a pessoa está protegida e tem contato com o vírus o tempo de transmissão para as outras pessoas é bem menor, ou seja, a pessoa está com o sistema preparado para combater o vírus e ainda protege as outras pessoas com que tem contato. Sem estar imunizado, tem chances de desenvolver sintomas do vírus e outras patologias”, salientou a médica.
A médica citou o exemplo da morte da conhecida jogadora de vôlei Izabel, que acabou desenvolvendo uma bactéria. “Estando imunizando a maioria tem quadros leves da doença, mas sem a vacina o vírus pode ser associado com outras patologias e, dessa forma, desenvolver outros tipos de doenças”, reforçou Liliar Mori que alerta ainda para outro fator que é o próprio clima. Com dias mais frios para a época, as gripes ainda não foram embora e continuam circulando entre as pessoas.

30 mil doses
Ainda sobre a imunização, Mori contou que apenas na 10ª Regional de Saúde de Cascavel estão guardadas em torno de 30 mil doses de vacinas, sendo quase 28 mil da Astrazeneca, aguardando uma decisão do Ministério da Saúde quanto à decisão de prorrogar o prazo de validade das mesmas. O possível descarte das mesmas é reflexo da falta de interesse em a população se imunizar.
No Hospital Retaguarda em Cascavel depois de quase dois meses sem pacientes, uma jovem de 20 anos que teve diagnóstico positivo para a Covid-19 internou esta semana. O quadro dela é estável e de acordo com a direção do hospital, está com a vacinação em dia, sendo acompanhada pela a equipe médica.

Dose reforço
Na semana passada a Saúde estadual liberou a aplicação da segunda dose de reforço ou quarta dose contra a Covid-19 para as pessoas acima de 18 anos que tenham tomado a primeira dose de reforço há pelo menos quatro meses. Anteriormente, a recomendação era que essa dose fosse aplicada somente no público acima de 40 anos. A vacina está disponível nas unidades de saúde de Cascavel em todas as unidades de saúde, que atendem a partir das 8h.

Foto: Secom

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Álcool 70% liberado
Nesta semana, a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) autorizou a venda livre e a doação de álcool etílico 70% na forma líquida, desde que estejam devidamente regularizados na agência. O objetivo é ampliar o acesso a produtos que contribuem na implementação de resposta coordenada para reduzir a transmissão e proteger a população em geral do novo coronavírus. A autorização terá validade de 90 dias.
A decisão destaca que a Covid-19 tem demonstrado tendência a ter picos anuais de sazonalidade no Brasil, ao contrário de outras doenças respiratórias, como a influenza ou gripe, que aparecem com mais frequência no país apenas nos meses de inverno.
A venda de álcool etílico 70% foi inicialmente autorizada pela Anvisa em 2020, com o início da pandemia e o decreto de emergência sanitária. A autorização chegou a ser revogada este ano, com o fim da Emergência em Saúde Pública de Importância Nacional, declarado pelo Ministério da Saúde. Agora, diante do aumento de casos da doença, a agência voltou a autorizar a comercialização do produto.