Cotidiano

Oeste em alerta com infestação de Escorpiões; limpeza é a melhor ação

Oeste em alerta com infestação de  Escorpiões; limpeza é a melhor ação

As ocorrências envolvendo escorpiões nos municípios da região oeste paranaense têm deixado as três regionais de saúde em estado de alerta. Os departamentos de entomologia e vigilância têm desenvolvido uma série de ações de conscientização e capturas desses animais peçonhentos para posterior envio ao laboratório em Curitiba.

A 9ª Regional da Saúde, com sede em Foz do Iguaçu e responsável pelo atendimento de oito municípios daquela jurisdição (Santa Terezinha de Itaipu, São Miguel, Medianeira, Matelândia, Serranópolis do Iguaçu, Ramilândia e Itaipulândia), reconhece a existência de vários casos nos últimos meses. As equipes estão a campo constantemente realizando os trabalhos para fazer frente ao problema e realizando a coleta de amostras. Com o objetivo de fechar o cerco ao escorpião, treinamentos têm sido realizados junto aos servidores municipais da área de saúde.

De acordo com o chefe da Vigilância em Saúde da 9ª Regional, de Foz do Iguaçu, Brito Dorneles, o trabalho é intensificado não somente com os escorpiões, mas envolve todos os animais peçonhentos. Foz do Iguaçu conta com um centro de zoonoses estruturado para o monitoramento.

Em São Miguel do Iguaçu, por intermédio da Vigilância em Saúde, ocorreu recentemente a busca ativa por escorpiões na região conhecida como antiga Gaúcha, nas proximidades da Delegacia da Polícia Civil. O trabalho teve duração aproximada de três horas e os 10 agentes percorreram as residências dessa região, devidamente identificados com coletes e crachás.  Essa foi a terceira busca ativa do ano no município e já foram capturados cerca de 50 animais. Esse trabalho é realizado uma vez por semana com divulgação prévia dos locais.

A coordenadora de Endemias, Dejane Dondossola, alerta que a situação do escorpião é crítica no município. “Estamos recebendo muitas informações sobre acidentes com o animal, somente semana passada foram dois”. A Vigilância está mapeando a cidade para realizar as buscas ativas. “Por isso é importante que as pessoas, ao encontrarem o animal, comuniquem imediatamente a Vigilância para que essa região possa fazer parte também da busca ativa”, conta a médica veterinária, Débora Andreolla Lazzari.

Uma orientação importante para prevenção ao escorpião é manter o lote limpo e livre de entulhos e vedar frestas de portas, janelas e ralos, principalmente à noite, que é o período que o animal sai para se alimentar.

“O número de animais que estamos encontrando nesse período é assustador”, conta a médica veterinária, Débora Andreolla Lazzari. Por isso, destaca Débora, precisamos redobrar a atenção e os cuidados. A médica veterinária informa que a mudança na temperatura além de outros fatores está levando ao aumento no número de escorpião. “Estamos percebendo a presença de muitos insetos, como grilos e baratas, nos terrenos vistoriados e que servem de alimento ao animal”.

 

20ª REGIONAL

Na 20ª Regional de Saúde, em Toledo, responsável por 18 municípios, o caso mais crítico é em Assis Chateuabriand. O município vive em condição de infestação há cinco anos. Em 2018, por exemplo, um óbito foi registrado na cidade por picada de escorpião, vitimando uma criança de 4 anos. As ocorrências se concentram em sua maioria na área central e também no cemitério, esse último um pouco mais distante, mas que tem tido atenção redobrada, inclusive com a adoção de um projeto que pode ser referência nacional. O surgimento de escorpiões no cemitério começou a ser observado no início do ano.

O chefe da Divisão de Vigilância em Saúde da 20ª Regional, Felipe Zanini, comenta que o hábito do escorpião é ficar escondido e o aparecimento mais comum pode estar atrelado ao fumacê utilizado para combater o mosquito da dengue, forçando-o a deixar os abrigos. Há também notificação de casos em Maripá. Essas migrações do escorpião podem ocorrer em móveis transportados de uma cidade para outra, entulho e caixas de frutas.

Em Marechal Cândido Rondon, houve um registro de escorpião em um colégio estadual, no distrito de Novo Horizonte. A equipe capacitada fez a captura, mas observou-se que não se tratava de um escorpião com letalidade e sem importância médica.

No mês de agosto, equipes da Vigilância em Saúde da 20ª Regional, encontram uma residência em Toledo com 27 escorpiões adultos e um filhote. A situação está controlada por ter sido um registro localizado, não se propagando para outros bairros daquela cidade. O bairro fica nas proximidades da Sadia.

 

10ª REGIONAL

Na 10ª Regional de Saúde, sediada em Cascavel e responsável pelo atendimento de 25 municípios, há registros de escorpiões nas cidades de Formosa do Oeste, Anahy, Corbélia e Jesuítas. Em entrevista à equipe de reportagem do Jornal O Paraná, Marcelo Furtado, da Vigilância Epidemiológica, relata que historicamente não houve nenhum óbito registrado na jurisdição da regional. “Esse ano, foram dois acidentes ocorridos em Formosa do Oeste, envolvendo dois adultos. Os efeitos mais graves são verificados mais em crianças e idoso”, relata. Segundo ele, praticamente todos os hospitais da região já contam com o soro aracnídeo e antiescorpiônico.

 

Prevenção e cuidado

Os principais cuidados relacionados aos animais peçonhentos são observar atentamente a presença de animais como escorpiões dentro de casa e quintais; bater colchões antes de usá-los e sacudir cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis; utilizar luvas, botas e calças compridas ao limpar o interior e arredores da casa e, em caso de encontrar algum animal peçonhento, afaste-se lentamente, sem assustá-lo, e chame o Corpo de Bombeiros. Em caso de acidente, procure atendimento médico imediatamente na unidade de saúde mais próxima.