Estudo minucioso da Transitar, com base nos dados do Sistema Bateu, aponta importante redução no número de pessoas que perderam a vida em sinistros no perímetro urbano de Cascavel este ano. Entre os meses de janeiro e junho foram registrados seis óbitos, queda de 45,45% em relação ao primeiro semestre do ano passado, quando ocorreram 11 mortes.
Todas as vítimas fatais são do sexo masculino, em sinistros registrados nos meses de março (motociclista); abril (motociclista e condutor de veículo); maio (condutor de veículo) e junho (um motociclista e um passageiro de moto).
Apesar da redução da gravidade, cresceu quase 8% o índice de ocorrências. No período comparado, saltou de 1.870 sinistros nos primeiros seis meses do ano passado, com 568 vítimas, para 2.017 este ano, com 583 pessoas feridas. Em média, 85% dos acidentes envolveram pessoas do sexo masculino e 15% do sexo feminino, sendo a maioria jovens condutores com idades entre 19 e 39 anos.
Perfil dos sinistros muda conforme dia e horário
O pico dos acidentes se deu entre 18h e 19h, contudo, apesar da concentração ocorrer em horário de maior movimento e por falta de atenção, avanço de sinal vermelho e preferencial, 67% dos registros com óbito ocorreram após as 20 horas, motivados por excesso de velocidade.
De segunda a quinta, 86% dos sinistros ocorreram entre 7h e 19h; às sextas, 94% entre 6h e 22h; sábados apresentam mudança de perfil, com 75% entre 8h e 20h; 13% concentrados entre 17h e 18h, voltando a ocorrer após as 23h, se estendendo até a madrugada de domingo (por volta de 5h). Aos domingos 20% ocorrem entre 9h e 13h e uma parcela mais significativa (35%) entre 15h e 20h.
Imprudência
De acordo com a presidente da Transitar, Simoni Soares, o que se observou na análise é que o excesso de velocidade ainda lidera os principais registros graves e gravíssimos, tendo sido o fator preponderante em 83% das ocorrências com vítimas fatais. Em segundo lugar, com aproximadamente 50% dos casos, foi atribuído com principal causa do sinistro o desrespeito à sinalização de trânsito (avanço de preferencial). Em outros 33% somaram-se fatores como falta de atenção e ausência do uso de cinto de segurança. Fatores como direção sob efeito de álcool, falta de habilitação e má condição do veículo, também contribuíram para os óbitos no primeiro semestre.
“Acreditamos que, de forma gradativa, está ocorrendo uma mudança de comportamento na via, resultado de um trabalho intenso dos órgãos de trânsito, segurança e demais secretarias e instituições, todos engajados em prol das vidas no trânsito, contudo, a imprudência dos usuários da via pública permanece sendo um desafio para atingir o nível ideal de segurança viária”, avalia Simoni.
Redução de 50% nas mortes entre motociclistas
Categoria que durante a pandemia, em 2020, chegou a registrar aumento de 145% nos óbitos em via pública, motociclistas continuam apresentando preocupação no trânsito, mas já com dados menos alarmantes. De janeiro a junho, houve queda de 50% nas mortes no perímetro urbano e uma queda de 6% nos acidentes envolvendo motos. Esse resultado pode ser atribuído a um intenso trabalho voltado à conscientização com ações educativas para a segurança do motociclista e do motofretista; serviços de engenharia, como a implantação de 13 cruzamentos com áreas de espera seguras; e o aumento da fiscalização, priorizando aspectos como falta de habilitação e o uso correto do capacete.
Demais modais
Em 2022 não houve registro de óbitos por atropelamento e de ciclistas no perímetro urbano de Cascavel, apesar do aumento de acidentes. Cresceu em 43% os ferimentos de pedestres, proporcionalmente a um aumento de 41% nos acidentes nesse modal, apesar de ações rotineiras de educação e fiscalização para o aumento de respeito à travessia segura, desobstrução de calçadas e paradas sobre a faixa. A Transitar agora está investindo em testes com dispositivos como faixa iluminada para o período noturno, visando reduzir esses índices.
Entre os ciclistas, houve aumento de 3% nos sinistros, com redução de 19% nos feridos. Além de ações educativas, a conscientização desses condutores é fundamental para o bom resultado.
80% dos acidentes ocorrem em cruzamentos semaforizados
Outro fator que comprova imprudência e desrespeito às normas de trânsito, além da falta de atenção e excesso de velocidade está no alto índice de ocorrências de sinistros de trânsito em cruzamentos semaforizados.
Em 2021, estudo da Transitar realizado no primeiro semestre apontou que dos 21 cruzamentos que concentraram os principais sinistros, 17 contavam com sinalização semafórica. Neste ano, a situação pouco mudou.
Nesse primeiro semestre, dos 24 cruzamentos que concentraram os principais acidentes registrados no Bateu, apenas cinco não contam com sinalização semafórica.
Fonte: Assessoria